Santos, finalmente, mostra a sua cara em 2020
Depois de uma sequência de sete jogos ruins no Paulistão, time de Jesualdo Ferreira deu sinal de vida e um sopro de esperança ao torcedor
O Santos, enfim, deu as caras na temporada 2020. Depois de um início de ano tenebroso, com uma sequência de jogos ruins, o Alvinegro deu sinal de vida no último sábado, no empate sem gols contra o Palmeiras no Pacaembu.
Ao menos nos 45 minutos iniciais, viu-se um time com vontade em campo, pressionando o adversário e impondo-se sobre o rival. Ainda que fosse clara a falta de objetividade do ataque e as poucas chances de gol criadas.
Na noite desta terça-feira (3), no entanto, a equipe encarnou o espírito da Libertadores, controlou os nervos durante o intervalo, quando perdia para o Defensa y Justicia por 1 a 0, na Argentina, e voltou à etapa final com muita disposição.
Contra um bom time, jogando em um estádio lotado por uma torcida vibrante, o Santos não se acanhou. Foi buscar o empate, ainda que deixasse muitos espaços nas laterais, por onde o time argentino sempre chegava com perigo ao gol de Everson.
Pecando novamente na criação de jogadas claras de gol, o Alvinegro também lutava contra uma sequência de três partidas sem vitória. E pior: sem anotar um golzinho sequer.
Foi aí, diante das adversidades, que o técnico Jesualdo Ferreira ganhou os seus primeiros pontos com a torcida. Mexeu no time e mostrou, ao menos, estrela. Mandou a campo Jobson e Kaio Jorge, que não só marcaram os gols da virada, como anotaram os seus primeiros tentos com a camisa santista.
Um resultado expressivo, como uma vitória fora de casa na Libertadores, contra uma equipe argentina, talvez fosse aquilo que o português precisasse para ter, enfim, paz para colocar o seu trabalho em prática.
E, de quebra, se livrar da enxurrada de críticas (merecidas) pelo fraco desempenho do time nas sete primeiras rodadas do Paulistão. Ainda que relutasse em aceitá-las, o professor lusitano não pode negar que a primeira impressão do time sob o seu comando foi pífia.
Na coletiva pós-jogo, na Argentina, Jesualdo Ferreira disse que se os jogadores acreditarem no seu trabalho, podem sonhar com o título do Paulistão ou da Libertadores. Exageros à parte, o discurso parece mais inclinado a inflar a confiança do elenco.
E no esporte de competição, confiança é tão importante para um atleta quanto a sua forma física, a dedicação nos treinamentos e a assimilação de aspectos táticos passados pela equipe técnica.
Se o Santos ainda está longe de empolgar, o torcedor, pelo menos, viu o time reagir e mostrar, nos dois últimos jogos, que pode ser competitivo. A essa altura, ter a torcida ao seu lado pode ser o trunfo (e a confiança) que Jesualdo precisa para fazer o time evoluir.