O Santos é tudo, menos azarão no Brasileiro
Embora não seja favorito, o time santista não pode ser encarado como zebra
O Santos venceu a sétima partida seguida ao massacrar o Goiás com uma inesquecível goleada por 6 a 1 na Vila Belmiro. A liderança do Campeonato Brasileiro é mais do que merecida por tudo aquilo que o time vem fazendo. Contudo, dizer que um azarão lidera a competição é, a meu ver, descabido.
O Santos não estava e nem está entre os favoritos ao título. Palmeiras e Flamengo, pelos elencos numerosos e pelas cifras investidas, teoricamente são favoritos. Atlético-MG e Internacional, com trabalhos mais consistentes, também largaram em condições mais favoráveis. Entretanto, é preciso lembrar que, mesmo em menor proporção, a diretoria santista também gastou bastante. Até agora, foram 14 contratações para a temporada, com mais de R$ 70 milhões comprometidos para dar opções a Jorge Sampaoli, indiscutivelmente o melhor treinador do País. Para um time que vive em crise financeira, isso não pode ser ignorado – só Cueva custou R$ 26 milhões.
E é exatamente o peruano que pode fazer a diferença daqui para frente. O time do Santos está redondo, jogando bem e bonito, vencendo e convencendo. Mas, como todos os campeonatos de pontos corridos já comprovaram, ainda mais os extensos como o Brasileiro, cedo ou tarde a peteca vai ao chão. É aí que entra Cueva. No momento de dificuldade, será fundamental que ele enfim mostre ao menos um pouco do que já jogou no São Paulo. Não é possível continuar como um peso morto.
Azarões são Bahia, Botafogo e qualquer outro time que, com baixo investimento e condições estruturais adversas, começam a ganhar jogos sem parar e terminam o ano campeão. O exemplo mais marcante dos últimos tempos – e talvez de todos os tempos – foi o Leicester, na Inglaterra, campeão nacional na temporada 2015-2016. Quem poderia imaginar que um time pequeno, habituado a lutar para não cair, deixaria Chelsea, os rivais de Manchester, Arsenal e Liverpool para trás na competição mais acirrada e bem disputada da atualidade?
O Santos deve manter o foco e a humildade. Mas, se acreditar que é zebra, vai brigar com sua história.