O que esperar do Santos de Sampaoli no Brasileirão?
Técnico argentino é o maior trunfo para o Alvinegro tentar surpreender os favoritos ao título na competição nacional
A vitória sobre o Grêmio, na estreia do Brasileirão, em Porto Alegre, fez o torcedor santista acreditar que é possível brigar pelo título brasileiro. Bater o time que o próprio técnico Jorge Sampaoli classificou de “o melhor do Brasil” na atualidade, na casa do rival, é um resultado que eleva o moral da tropa.
Mas como crer nesta possibilidade se a instabilidade é uma característica marcante deste Santos 2019? É só lembrar que, quatro dias antes da bela partida no Sul, o Alvinegro quase deu adeus à Copa do Brasil, em uma atuação sofrível contra o fraco time do Vasco, em São Januário.
Os altos e baixos da equipe, constantes desde o início da temporada, são naturais em um início de trabalho. E já custaram a eliminação precoce na Copa Sul-Americana. Fato que, se tirou do time a chance de brigar por um título “mais fácil”, pode ajudar a equipe lá na frente.
Quando a temporada afunilar, com jogos decisivos na Copa do Brasil e o desenrolar do Brasileirão definir o bloco dos times que vão brigar pelo título, estar fora da Sul-Americana pode ser um trunfo. Até porque o Santos não tem um elenco tão qualificado para fazer frente em várias competições ao mesmo tempo.
Outra carta na manga para o time é que os favoritos ao título do Brasileirão (Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio e Flamengo) também estão na briga por um objetivo maior: a conquista da Libertadores.
Isso significa que em algum momento da temporada, eles terão que priorizar a competição sul-americana em detrimento ao Brasileiro. Opção que, teoricamente, pode favorecer os santistas na competição nacional.
Hipóteses postas, o Santos tem que cumprir metas. A primeira delas é manter-se entre os líderes do Brasileirão até a parada para a Copa América, de 14 de junho a 7 de julho no Brasil.
Até lá, após a nona rodada, serão mais oito jogos, cinco em casa (Fluminense, Vasco, Internacional, Atlético-MG e Corinthians) e três fora (CSA, Palmeiras e Ceará). Conquistar 18 dos 24 pontos possíveis é a garantia de estar entre os líderes.
O fator Sampaoli
Se o elenco santista não é estrelado como o dos quatro favoritos ao caneco do Brasileirão, o diferencial do clube na briga por um título que a torcida não comemora desde 2004 está no banco.
Em apenas quatro meses no Brasil, Sampaoli não virou apenas ídolo dos alvinegros praianos. É praticamente uma unanimidade quando se fala em futebol ofensivo, de intensidade e competitivo. Até jornalistas que alimentam certa má vontade com o Santos, e davam prazos para a saída do argentino, estão dando o braço a torcer.
Sampaoli está acima da média dos treinadores brasileiros. Consegue elevar o patamar de alguns jogadores. Vide Jean Mota. Em pouco tempo, fez o grupo santista assimilar o seu estilo de jogo: de entrega, posse de bola e busca obsessiva pelo gol. Ironicamente, foi preciso que um argentino assumisse o comando do time para que o Alvinegro reencontrasse a sua essência.
O sucesso de Sampaoli com a conquista de um título, seja ele do Brasileirão ou da Copa do Brasil, porém, ainda é uma possibilidade distante. A realidade santista, até pela falta de um centroavante matador e a ausência de regularidade, é brigar por uma uma vaga na Libertadores 2020.
Mas se o homem-gol e mais um atacante de lado chegar, para suprir a saída de Rodrigo daqui a dois meses, e o time conseguir manter a alta performance, vista contra o Grêmio e diante do Corinthians, no jogo de volta da semifinal paulista, o Santos de Sampaoli pode terminar o ano surpreendendo o Brasil.