Endividado, Santos não deveria contratar ninguém
Em final de mandato, a atual diretoria deveria estancar a sangria nos cofres do clube
O Santos não tem elenco forte o suficiente para disputar um bom Campeonato Brasileiro. Isso já foi dito aqui neste espaço em uma outra ocasião. Entretanto, dada a grave crise financeira e as muitas dívidas não pagas, a diretoria deveria rejeitar a chegada de novos jogadores, especialmente os mais caros.
Nas últimas semanas, o torcedor leu sobre Elias, Robinho, Ricardo Oliveira, Cazares, Matheusinho e outros. Entre veteranos em fim de carreira e apostas, eles até poderiam reforçar um elenco carente de boas opções para Cuca. Porém, como pagá-los, sendo que a diretoria acumula pendências com quem já faz parte do grupo e com tantos outros que já saíram?
Por ora, o Santos deve a sétima colocação no Campeonato Brasileiro à grande fase de Marinho e a João Paulo, que de terceiro goleiro virou paredão com talento e discrição. Mas o campeonato é longo, e a ele somam-se Libertadores e Copa do Brasil. Para piorar, Kaio Jorge, Tailson, Lucas Braga, Ivonei e outras revelações da base ainda não mostraram o potencial necessário para uma equipe de ponta.
Mesmo assim, não dá mais para brincar com dinheiro. A sanção da Fifa, que proibiu o Santos de registrar novos jogadores pelo calote no Hamburgo referente ao zagueiro Cleber Reis, deveria servir de lição. A pandemia, que traz prejuízo a todos os clubes, encurtando receitas, idem.
Por bem ou por mal, o Santos precisa parar de gastar o que não tem. Dessa forma, por mais perigoso que pareça, é preciso encarar o risco de disputar o Campeonato Brasileiro com um time bom – para os padrões brasileiros –, mas um elenco frágil. Cuca, ao chegar, afirmou que tinha conhecimento dos problemas e que seria um prazer descobrir novos jogadores na base. Que o faça, então.
Caso continue mandando a prudência para escanteio, a atual diretoria do Santos vai dar sequência ao processo de comprometimento do futuro do clube.