Dirigentes de futebol são uma piada
Demissões de treinadores em larga escala e casos de indisciplina não são obra do acaso
Atualizado em 28/09/19 - 01:49
Os últimos acontecimentos do futebol brasileiro não deixam dúvida: com toda a ruindade da maioria dos jogadores e as más atuações dos árbitros, o pior de tudo são os dirigentes. A falta de conhecimento do esporte aliada à negligência em relação ao comando das diferentes áreas do clube dá no que vimos de quarta-feira para cá.
São Paulo, Cruzeiro, Fluminense, Fortaleza... Exemplos (negativos) não faltam. Em relação ao time paulista, é cada dia mais evidente a total incapacidade da diretoria que, sem saber como dar o mínimo de estabilidade ao time, age como o mecânico ruim, trocando peças até achar o problema do carro. Se tiver que desmontar o carro todo, paciência. Nessa toada, Cuca saiu e Fernando Diniz chegou para cair na próxima crise.
Do Fortaleza não se pode cobrar tanto. A demissão de Zé Ricardo e o interesse em Rogério Ceni são até compreensíveis para um clube de poucos recursos que, nas mãos do ex-goleiro, viveu o melhor momento de sua história.
Mas aí vêm Fluminense e Cruzeiro. O que falar de clubes comandados pelos jogadores? Um dia depois de ser chamado de “burro” dentro de campo por Paulo Henrique Ganso, o técnico Oswaldo de Oliveira ganhou de presente o olho da rua. Ao jogador, coube uma multa para inglês ver, pois como multar se o clube atrasa salários?
Já os mineiros dispensaram Rogério Ceni depois de dias muito tensos. O treinador já chegou contestado e tudo piorou quando Thiago Neves, um dos principais jogadores do time, fez críticas públicas ao trabalho do comandante. Daí para frente, os resultados não vieram e tudo desandou. Ainda que Ceni não tenha um temperamento fácil, não se pode ignorar que a diretoria lavou as mãos e correu para os braços de Abel Braga, um paizão para Fred e Thiago Neves, além de fã confesso de Dedé.
O dirigente dos grandes clubes brasileiros, com raríssimas exceções, é um privilegiado. Administra orçamentos astronômicos, faz contas que não vai pagar e se cerca de gente tão ruim quanto ele para fazer as maiores bobagens. Nos momentos de dificuldade, sem noção de direção, demite o treinador e seja lá o que Deus quiser.
É emblemático que todas essas situações ocorram no momento em que se fala em profissionalismo no futebol brasileiro. Com a aptidão e a seriedade dos nossos cartolas, o clube-empresa vai se resumir a cobrir os estádios com a lona, porque os palhaços já estão contratados.