Bayern de Munique contrata técnico de 33 anos e prova que talento não tem idade

Treinador mais jovem da elite do futebol terá o maior desafio da carreira, mas reúne condições para fazer sucesso

Por: Bruno Rios  -  30/04/21  -  06:56
  Julian Nagelsmann começa sua jornada à frente do clube cercada de expectativa
Julian Nagelsmann começa sua jornada à frente do clube cercada de expectativa   Foto: Reprodução/Twitter

Mesmo com o mundo da bola pegando fogo em meio a várias decisões por Liga dos Campeões da Europa, Copa Libertadores e importantes ligas nacionais, foi uma movimentação fora das quatro linhas que mais chamou atenção na semana. Ela veio da Alemanha, onde a direção do Bayern de Munique entregou o comando do time a um treinador de 33 anos. O nome dele é Julian Nagelsmann e sua jornada à frente do clube começará cercada de expectativa, em especial pela grande possibilidade de ser duradoura e a idade incomum a quem ocupa um cargo deste porte.


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No futebol, é fato: não há o costume de técnicos terem a mesma idade de alguns atletas e a experiência é sempre prezada pelos cartolas no momento de definir quem ficará no comando de um elenco. Só que o caso de Nagelsmann é ainda mais interessante porque, além de quebrar esse paradigma, ele tem dois anos a menos que um dos ídolos do clube, o goleiro Neuer, e possui quase a mesma idade do atacante Lewandowski, melhor jogador do planeta em 2020. Será curioso acompanhar a construção dessa relação entre comandante e comandados.


Mas a expectativa em torno do treinador vai além da idade. O pacote que envolve a contratação de Nagelsmann também traz como ingredientes o fato dele ser torcedor do clube desde criança e ter uma carreira meteórica e bem-sucedida. Há cinco anos ele é treinador de clubes da elite do futebol alemão e já protagonizou alguns feitos, como tirar o modesto Hoffenheim da zona do rebaixamento e classificá-lo para a Liga dos Campeões da Europa. Ano passado, no RB Leipzig, conduziu o clube a uma inédita semifinal da mesma Liga dos Campeões.


Ganhar título é algo natural em Munique e se tornou ainda mais frequente nos últimos tempos. Não à toa, o Bayern pode se sagrar campeão alemão pela nona temporada seguida neste sábado (1) e venceu a última Champions. Esse domínio faz com que o sarrafo fique cada vez mais alto na rotina do clube e levantar troféus deixou de ser suficiente. A obsessão é dar espetáculo, criar uma dinastia nas quatro linhas e aliar o sucesso dentro de campo com o controle das finanças. Por isso que o jovem comandante foi encarado como a melhor aposta no momento.


Nagelsmann sempre fez muito com poucos recursos e sem craques em mãos. Do limão, produziu uma limonada no Hoffenheim. Já no Leipzig, onde havia o dinheiro da Red Bull à disposição, mostrou ser excelente para garimpar talentos a preços acessíveis e potencializá-los para futuras vendas, premissa que marca a atuação da empresa de energéticos no futebol. Imagina o que ele pode entregar ao torcedor com os nomes de peso que o Bayern possui, como Lewandowski, Müller, Sané, Coman, Gnabry, Martínez, Kimmich, Neuer e tantos outros?


Para completar, o que torna o trabalho do treinador mais atraente é o fato dele armar suas equipes com vocação ofensiva, mas sem torná-las um bando desorganizado em busca do gol. Sinceramente, torço para que este jovem alemão tenha muito sucesso no Bayern de Munique e prove duas coisas: que talento não tem idade e a importância de estudar o futebol para que as conquista não sejam obra do acaso.


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