Violência contra a mulher: O crime que nunca termina
O réu, deputado Fernando Cury, é acusado de importunação sexual contra a também deputada Isa Penna
A ALESP vive neste momento, algo marcante para sua imagem. Dona do título de ser a maior Casa de Leis da América Latina e assim, tendo o dever de servir com exemplo, discute a punição a um de seus parlamentares pelo crime de assédio a uma colega, com pena de apenas 119 dias de afastamento do exercício do mandato.
O réu, deputado Fernando Cury, é acusado de importunação sexual contra a também deputada Isa Penna, em sessão ocorrida em dezembro último, com a imagem do ocorrido tendo sido veiculada em todo o mundo.
Me sinto indignado com a proposta de pena branda e totalmente fora dos conceitos atuais em defesa da mulher, sugerida pelo Conselho de Ética, que sequer permite que façamos uma emenda de plenário para endurecer a punição ou aumentar o tempo de afastamento. Vale ressaltar que tenho pouca convivência com a deputada Isa, nossos ideias e ideologias são diferentes, mas isso não é me impede de querer justiça por uma mulher que foi assediada.
Em pleno ano de 2021, depois de tantas lutas e campanhas contra a violência às mulheres, vejo dentro da Casa de Leis em que atuo um péssimo exemplo para a sociedade e para o mundo. Não podemos aceitar que quem faz as leis, decida por amenizar uma atitude tão repugnante e desqualificada.
Que fique claro minha indignação em relação ao ato, a pena proposta e a forma como o caso está sendo julgado. Não farei parte desse teatro que sugere a um agressor uma pena branda e às mulheres, a desmotivação na luta difícil pelo reconhecimento e respeito.