Que a tragédia no porto de Beirute nos sirva de alerta
Quanto estamos seguros morando tão próximos de uma zona portuária que armazena incontáveis produtos químicos e inflamáveis?
A enorme explosão ocorrida nesta semana na capital do Líbano trouxe à tona questões que há anos rondam nossa Região: quanto estamos seguros morando tão próximos de uma zona portuária que armazena incontáveis produtos químicos e inflamáveis? Todas as medidas de segurança estão sendo seguidas? São suficientes?
Desde meu primeiro mandato coloco esse assunto em discussão, debatendo e solicitando para autoridades portuárias e dos governos municipais, estadual e federal, que possamos definir medidas imediatas e a médio e longo prazo que garantam a segurança das populações que residem nas cidades próximas à zona portuária.
Em 2016, no meu primeiro mandato e após dois incêndios de grandes proporções (tanques de combustível Ultracargo, em abril de 2015 e os tanques de produtos tóxicos, no Guarujá, em janeiro de 2016), ajudei a criar na Assembleia Legislativa a Frente Parlamentar “Plano de Governança, Segurança e Risco dos Portos de Santos e São Sebastião” que analisou a situação pós-tragédia, buscando soluções e formas de fiscalizar empresas e operações nos portos de Santos e São Sebastião. Como resultado, formulei uma Cartilha de Meio Ambiente, lançada com apoio da OAB de Santos e distribuída para a população residente no entorno das instalações de armazenagem e movimentação portuária.
Mas isso é muito pouco diante das questões de segurança que envolvem a imensidão do maior porto da América Latina. É imprescindível que tenhamos esse assunto em pauta diariamente, com atualização permanente das normas de segurança e uma rígida fiscalização para que sejam cumpridas.
Nosso porto é responsável por um volume de movimentação impressionante, gerando muitos recursos e com um peso significativo no PIB brasileiro. Mas temos algo de muito mais valor que são as pessoas. A vida humana não tem preço e o que aconteceu em Beirute foi um exemplo de que uma falha humana pode causar estragos inimagináveis.
Assumo o compromisso de insistir ainda mais com os responsáveis, para que possamos constatar que todos os procedimentos existentes sejam eficientes e que estejam sendo cumpridos, criando novas ferramentas de medição, discutindo intensamente novos procedimentos que garantam a segurança de todos. Prevenir sempre é o melhor caminho.