Concessão de travessias: O abuso está suspenso
Leilão deveria acontecer no dia 30 de março e envolvia a concessão de oito travessias litorâneas, sendo três na Baixada
Foi preciso que diversas autoridades fizessem muito barulho para que, ainda que tardiamente, o Governo Estadual suspendesse o processo de concessão das travessias. Um dos principais motivos que desagradava a todos foi a previsão de um aumento em torno de 50% no valor da tarifa que previa ainda correções anuais.
O leilão deveria acontecer no dia 30 de março e envolvia a concessão de oito travessias litorâneas, sendo três na Baixada Santistas, além de São Sebastião/Ilhabela, Iguape/Juréia, Cananéia/Ilha Comprida, Cananéia/Continente e Cananéia/Ariri.
O Governo alega que o projeto prevê a redução em 30% o valor da passagem para pedestres e ciclistas e que o aumento para as tarifas de carros deve-se ao fato de que não existe reajuste há quatro anos.
Assim, o valor passaria de R$ 12,30 para R$ 18,41. Um absurdo.
Usando como porta-voz o vice-governador, Rodrigo Garcia, o Estado alegou que a melhoria da travessia é uma reivindicação antiga da população, sendo fundamental o aporte do setor privado, para a modernização, ampliação, maior comodidade, segurança e desenvolvimento. A esse preço, questiono todas as palavras e finalidades.
Em plena recessão, com diversos segmentos sendo impactados pela desaceleração da economia, torna-se impensável falar em aumento da tarifa de uma travessia tão importante e que movimenta milhares de pessoas que a utilizam na grande maioria, para trabalhar. Assim, cabe ao Estado, encontrar soluções para a melhora desse transporte, sem que a população precise pagar o preço dessa modernização tardia e fundamental para nossa região.