A falta de bom senso é amiga do Coronavirus
Nos últimos 30 dias foram 69 mil fiscalizações no Estado, e quase duas mil e quinhentas autuações somente na capital
O número de infectados, de ocupação em leitos e óbitos no Brasil pouco tem intimidado parte da população que ignora os apelos feitos pelos órgãos públicos em relação ao distanciamento social.
Essas pessoas demonstram total falta de sensibilidade com aqueles que sofreram pessoalmente com a doença ou perderam alguém em função dela, ao mesmo tempo que desmerecem o esforço feito por grande número de empresários – pequenos, médios e grandes - que fecharam seus estabelecimentos durante o processo de lockdown, colocando em risco o futuro de seu empreendimento.
Nesta quarta-feira (14), o Governo divulgou números assustadores nas providenciais ações executadas por uma força tarefa, criada para fiscalizar e coibir reuniões e comércios clandestinos que possam gerar aglomeração. Acredite: só nos últimos 30 dias, 69 mil fiscalizações no Estado e quase duas mil e quinhentas autuações somente na capital.
Reitero minha opinião de que essas pessoas devem ser responsabilizadas pela ação extremista que tivemos que passar. Foram elas – ou ainda são – as responsáveis pelo fechamento da praia, dos shoppings, dos calçadões... São egoístas e inconsequentes, porque viver em sociedade é respeitar o bem coletivo. É entender que seu direito termina quando começa o do próximo. E aceitar que só teremos de volta nossa rotina se todos decidirem compartilhar o esforço.
Ao descumprir essa ordem, esses indivíduos tripudiam sobre a crise econômica que vem tirando o sono de comerciantes, profissionais informais e pessoas desempregadas que se desesperam diante da falta de perspectiva. Desrespeitam toda a classe médica que tem se doado na luta desproporcional contra a doença. Fazem apologia ao anarquismo, assim como riem daquela que talvez seja a maior crise sanitária de todos os tempos.