Precisamos votar pela nossa própria cabeça

O eleitor além de já enfrentar os duros desafios do dia a dia, ainda tem que buscar forças para fazer a melhor escolha

Por: Paulo de Jesus  -  09/07/22  -  08:20
Eleitor ainda tem que buscar forças para fazer a melhor escolha
Eleitor ainda tem que buscar forças para fazer a melhor escolha   Foto: Freepik

Há menos de três meses das eleições nacionais e estaduais observamos o crescimento das conversas, discussões, propagandas e toda movimentação natural que acompanha um processo de escolha de candidatos. Desde sempre me interesso por tudo que é produzido nesse período e considero se tratar de um momento importante da sociedade, especialmente em razão das turbulências econômicas, sociais e morais que atingem o nosso combalido país. Aqueles que buscam a reeleição procuram defender o seu legado, enquanto os que buscam um assento nesses espaços de poder apresentam as suas propostas. Um retrato fiel do jogo democrático.


Diante desse cenário, o eleitor além de já enfrentar os duros desafios do dia a dia, ainda tem que buscar forças para fazer a melhor escolha (e por que não dizer a menos pior?) e apontar aqueles que decidirão os rumos da coisa pública e das nossas vidas nos próximos quatro anos. Importante ressaltar que nunca tivemos acesso a tantas informações para fazer essa escolha. Com o advento da internet - obrigação legal de portais da transparência - consultas ao Tribunal Eleitoral entre outras ferramentas possibilitaram ao eleitor a chance de investigar por conta própria os nomes que lhe são apresentados. Nunca essas informações foram tão valiosas.


Temos acesso, igualmente, a uma avalanche de pesquisas eleitorais apontando as tendências para a eleição que se avizinha. Não seria exagero dizer que pelo menos uma vez por semana recebemos alguma pesquisa apresentando novos números da corrida eleitoral. Importante registrar o aumento na qualidade do trabalho desenvolvido pelos institutos ao longo dos anos e a observância de rigorosos critérios técnicos e metodológicos para a sua elaboração. Considero que as pesquisas eleitorais são um meio útil à tomada de decisões por parte de eleitores e candidatos.


O argumento de que as pesquisas servem para manipular a vontade do eleitorado caem por terra diante do resultado das urnas. Em se tratando de uma eleição em dois turnos, o resultado da votação serve de parâmetro para aferir a qualidade das pesquisas. Portanto, esse tipo de “manobra” não encontra respaldo na realidade fática, tornando muito arriscada a manipulação de dados em favor de um determinado candidato. Por outro lado, não podemos ignorar que a pesquisa eleitoral representa uma fotografia do momento, entretanto, a vida transcorre como um filme, ou seja, a aparência retratada hoje não necessariamente será a mesma apresentada no dia da eleição.


Desta maneira, precisamos entender que as pesquisas eleitorais apresentam a tendência do momento da sua coleta e não podemos nos deixar influenciar pelos números apresentados. É necessário ter convicção e votar no candidato que apresente os melhores projetos e ostente condutas que coadunem com os seus princípios e valores. Conhecer as propostas, verificar a feitura – ou não – de alianças coerentes com a história política do candidato e do seu partido são essenciais para o fazimento de uma escolha acertada.


Reconhecer a seriedade e metodologia empregada pelos institutos brasileiros é dever daquele que conhece o trabalho realizado. Não podemos nos deixar levar pelo discurso de que as pesquisas eleitorais não têm importância ou que estão a serviço de interesses escusos. Esses trabalhos têm o compromisso de apontar um caminho do eleitorado em determinado instante da campanha e nada mais. Precisamos – isso sim – investigar, observar as tendências e ter compromisso com a nossa sociedade, pois somente desta forma conseguiremos construir um Brasil mais igual para todos.


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