Emoção e razão: ferramentas para a construção de uma carreira profissional

Ouvir o coração e dedicar-se com afinco, disciplina e ética são os pilares para ser bem-sucedido

Por: Paulo de Jesus  -  28/05/22  -  07:07
Atualizado em 28/05/22 - 12:11
Disciplina e ética são os pilares para ser bem-sucedido
Disciplina e ética são os pilares para ser bem-sucedido   Foto: StockSnap/ Pixabay

Fui perguntado nesta semana por um aluno que está prestes a se formar na faculdade: “Professor, ainda não sei ao certo qual carreira no Direito irei exercer. Como faço essa escolha?”.A docência nos impõe questionamentos difíceis de serem respondidos de bate-pronto, ainda mais por uma pessoa como eu que descobri que seria advogado criminalista no primeiro instante que me dei conta que precisaria exercer uma profissão, portanto, não vivi esse conflito no tocante a este tema. Entretanto, me esforcei para responder de forma sincera e honesta como se depreende este singelo texto.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Primeiramente, é importante frisar que essa minha pretensa vocação precoce não é garantia de sucesso, tampouco de satisfação pessoal. Inúmeros amigos e colegas que escolheram as suas atividades profissionais quando adultos ou mesmo mudaram de carreira durante o percurso são extraordinários profissionais, os quais considero até melhores em muitos pontos quando comparados àqueles que atuam na mesma atividade desde sempre, justamente pela coragem em navegar com os olhos voltados para outras paragens. Não é fácil fazer essa mudança, especialmente diante dos desafios da vida.


Como responder ao questionamento desse aluno? É difícil, sem dúvida, ainda mais com o advento das redes sociais que nos apresentam verdadeiros “gurus” e suas fórmulas mágicas para resolver quaisquer problemas relacionados às opções profissionais. Horários incoerentes para acordar, técnicas de estudo sem comprovação de eficácia, signos de riquezas conectados a essas condutas para “garantir” resultados e outras tantas abordagens são apresentadas como ferramentas para facilitar essa escolha, as quais, na verdade, acabam mais prejudicando do que auxiliando. Falar algo autêntico diante desse cenário se mostra indispensável para as pessoas que atravessam esse momento.


Buscando fugir desse lugar comum, que garante êxito apenas para os que vendem esse “combo” de satisfação profissional, procurei transmitir aquilo que acredito ser imprescindível para a obtenção da realização pessoal. Respondi ao aluno que, inicialmente, é preciso ouvir o coração e encontrar algo que emocione, toque e mova a sua atuação. Uma atividade que a pessoa se veja exercendo, independentemente da remuneração ou coisa que o valha, é uma valiosa pista de que está no caminho certo.


E é justamente a armadilha que não podemos nos deixar cair: escolher uma profissão levando-se em conta apenas a remuneração. Evidentemente, todos nós necessitamos trabalhar e somos merecedores de um ganho justo, todavia, essa variável não poderá ser a mola propulsora para a tomada da decisão.

Merecemos mais do que um emprego, merecemos um trabalho que proporcione um bom retorno, não apenas financeiro, mas que sejamos apaixonados e que preenchamos o nosso espírito de satisfação no tocante ao nosso exercício profissional.


Alertei da mesma forma quanto ao momento dessa escolha, que é vital refletir como a nossa atuação impactará positivamente a sociedade. É fundamental constarmos que o nosso papel é essencial, que melhora, mesmo que minimamente, a vida das pessoas.

Todas as profissões têm o seu valor e a sua indispensabilidade na construção e manutenção da sociedade em que vivemos.Precisamos entender de forma clara que não existe hierarquia entre as atividades e que todas contemplam o mesmo peso, tamanho e importância no que diz respeito ao exercício de suas funções sociais.


E, finalmente, concluí minha resposta dizendo que uma vez bem desenhada a profissão em que se queira exercer, é preciso dedicação, garra, entusiasmo e muito estudo para que se obtenha o sucesso pretendido.

Prestei testemunho de que em quase 20 anos de advocacia, tive a oportunidade de trabalhar com grandes juristas que admirava quando aluno e, para a minha surpresa, nenhum deles era dotado de uma qualidade incomparável ou dom divino que os diferenciasse dos demais, contudo, todos tinham uma determinação vulcânica para atingirem os seus objetivos.

Ouvir o coração e dedicar-se com afinco, disciplina e ética são os pilares para a construção de uma carreira profissional bem-sucedida.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver todos os colunistas
Logo A Tribuna