Que assim seja!
As contratações de Luan e Nathan, na teoria, devem acrescentar qualidade ao time do Santos
Assim como agiu na opção pelo técnico Lisca, principalmente por sua realidade financeira, o Santos apostou no meia Luan, literalmente encostado no Corinthians há meses e sem qualquer perspectiva de aproveitamento. Na sexta-feira (5), anunciou também a contratação do lateral-direito Nathan, que iniciou a carreira no Vasco da Gama e logo foi emprestado ao Boavista, de Portugal, com preço do passe fixado em R$ 7 milhões.
A chegada de Nathan deixa claro que Auro e Madson não mostraram um nível de futebol para assumir a condição de titular da posição. Madson até realizou algumas performances interessantes, porém, jamais manteve uma regularidade que o indicasse como solução para o setor. Nathan tem apenas 20 anos e, segundo as poucas informações disponíveis, ao menos tem bom potencial.
As contratações de Luan e Nathan, na teoria, devem acrescentar qualidade ao time do Santos e demonstram que a diretoria finalmente resolveu atuar no sentido de qualificar a equipe. Os reforços podem até não corresponder às expectativas, pois no futebol a frustração é comum, contudo, impunha-se a iniciativa de entrar no mercado da bola, a exemplo da grande maioria dos clubes brasileiros.
Não dá, sem dúvida, para competir com Flamengo, Palmeiras e até Atlético Mineiro, clubes que não param de investir. Dos três, o que mais impressiona é o time carioca, que parece não ter limite. A partir da abertura oficial da janela de transferência, anunciou Éverton Cebolinha, Arturo Vidal, Erick Pulgar, Guillermo Varela e caminha para confirmar Walace, brasileiro que está na Udinese, e até Oscar, praticamente de saída do futebol chinês.
Ao longo do mandato de Rodolfo Landim, desde 2019, foram quase 30 contratações. Alguns nomes consagrados, como Arrascaeta, Bruno Henrique, Gabigol, David Luiz, Filipe Luis e Andreas Pereira - este último, infelizmente, pela falha no lance no gol que deu ao Palmeiras o título da Copa Libertadores, acabou rejeitado pela torcida e devolvido ao futebol inglês.
Só do Santos, ou que passaram na Vila Belmiro, para desespero dos santistas, foram Gabigol, Thiago Maia, Gustavo Henrique, Bruno Henrique, Diego e Marinho. Trata-se, sem dúvida, de um clube com um potencial comercial incrível, mas chamam atenção os milagres que envolvem a gestão atual. Afinal, alguns anos antes o Flamengo era um clube em crise e sem grandes perspectivas.
Talvez seja o caso de se tentar um benchmarking, no sentido de conhecer práticas de gestão que deram certo. Grosso modo, benchmarking é um processo de estudo da concorrência, com análise profunda dos métodos utilizados que deram certo e podem ser replicados em sua empresa. Entre os principais benefícios, estão também redução de custos, aumento de produtividade e ampliação da margem de lucro.
De volta para a realidade santista, a aposta em Luan tem tudo para dar certo e valeu correr esse risco. Primeiro pelo formato da transação, praticamente a custo zero, pois o Corinthians deverá pagar 100% de seu grande salário até dezembro. E o Santos ainda terá uma taxa de vitrine, garantindo um valor se o jogador se recuperar e for vendido pelo clube paulistano.
Luan, em 2017, foi eleito o melhor jogador das Américas e isso não pode ser ignorado. As razões de seu fracasso no Corinthians devem envolver desde a falta de adaptação a um clube em que a pressão é permanente até ao relacionamento com dirigentes e torcedores. Pela idade, aos 30 anos, talvez seja a última chance, literalmente, de voltar ao futebol.
Que assim seja! Para ele e para o Santos, que surfa pelo meio da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, sonhando alto e, simultaneamente, temendo a zona do rebaixamento.
