O novo conceito de internet: Web 3.0

“A Web 3.0 é fator-chave para entender como a tecnologia transformará as relações humanas"

Por: Leonardo Barbosa Delfino  -  10/04/22  -  10:30
A Web 3.0 terá que manter vivas as redes sociais, mas estas terão um papel maior do que as versões anteriores
A Web 3.0 terá que manter vivas as redes sociais, mas estas terão um papel maior do que as versões anteriores   Foto: Adobe Stock

A Web 3.0 é uma nova tendência global que afetará a forma como as pessoas se conectam à internet na sociedade moderna. Em um mundo governado por conectividade a todo tempo, o desenvolvimento da Web 3.0 é um fator-chave para entender como a tecnologia transformará as relações humanas. Portanto, hoje, veremos como essa revolução da internet está afetando a sociedade atual.


A Web 1.0 começou na década de 1980 e marcou o início de tudo: a era dos sites e páginas estáticas, que eram usadas em maior parte por empresas ou veículos de imprensa para divulgar informações.


A segunda versão da internet, conhecida como Web 2.0, teve início por volta dos anos 2000, quando um movimento começou a trazer os usuários para “mundos virtuais”. As pessoas deixaram de ser apenas espectadoras e passaram a ser produtoras de conteúdo, interagindo entre si e construindo uma rede de conexões. A Web 2.0 é marcada pelos aplicativos MSN e ICQ, e seu maior expoente é o Orkut.


Na terceira atualização da internet, especialistas acreditam que o paradigma do passado será quebrado devido à abundância de informações disponíveis. A Web 3.0 terá que manter vivas as redes sociais, mas estas terão um papel maior do que as versões anteriores. Se as plataformas eram usadas para entretenimento, aumento de vendas ou fortalecimento da reputação digital de uma pessoa ou marca, as mídias sociais agora têm o caráter de dependência social.


Um elemento interessante dessa internet futurista é a relação de posse de bens digitais. Um exemplo disso são os tokens não fungíveis (NFTs), que concedem a propriedade de obras de arte, músicas e até itens de jogos. Esses elementos virtuais parecem ter ganhado ainda mais destaque com o anúncio do Metaverso pelo antigo Facebook (agora Meta): um mundo digital em que uma casa pode custar milhões. Essa nova rede é marcada por três conceitos principais. O primeiro é a descentralização, com independência de bancos, agências governamentais, fronteiras democráticas ou de tecnologia corporativa. O segundo é a privacidade, evitando-se a exposição de dados pessoais, o rastreamento e o incômodo da publicidade direcionada. Por fim, a virtualização, com o fortalecimento do mundo digital e a reprodução da experiência real de uma forma virtual.


Características da Web 3.0
Web semântica

Isso deve permitir uma interação mais profunda com o computador para entender melhor as necessidades do usuário sem precisar que ele escreva;


Blockchain e criptomoedas
Tudo deve contribuir para a chamada descentralização: em vez de armazenar arquivos em servidores da Amazon ou Google, os usuários passarão a armazenar em sites criados para rodar na rede blockchain. Prova disso é o fenômeno de propriedade criado por meio de NFTs, que permitem que as pessoas armazenem tokens, itens e ativos em suas carteiras virtuais;


Metaverso e o ambiente digital
Com o suporte do blockchain e a evolução da tecnologia de realidade virtual/realidade aumentada, o metaverso deve emergir plenamente na Web 3.0. Os óculos de realidade virtual permitirão uma maior imersão em um mundo 3D, possibilitando reuniões remotas no trabalho, conversas com parentes distantes, assistir a entretenimento ou competir em jogos on-line;


Privacidade e conscientização sobre dados pessoais
A Web 3.0 deve fortalecer ainda mais o bloqueio de rastreadores e o monitoramento da atividade digital. Dessa forma, você pode navegar no e-commerce sem receber publicidade constante sobre certo tema e manter sua coleção digital numa carteira virtual, em vez de usar serviço de armazenamento de terceiros;


Assistente de voz intuitivo
Como a Web 3.0 suportará conexões super-rápidas alimentadas por 5G, mais dados podem ser transferidos entre telefones e a internet. Seu assistente será capaz de realizar tarefas do dia a dia de forma muito consistente: fazer reservas, marcar um horário em seu restaurante favorito, transferir dinheiro para contas autorizadas e até criar roteiros de viagem para as suas férias;


Excesso de informações e as fake news
Um dos fenômenos mais visíveis desse momento de transição são as fake news e a desinformação, que têm ganhado cada vez mais espaço na sociedade graças às redes sociais, fazendo com que as pessoas se questionem constantemente sobre o que é verdade e o que é falso. O monopólio da palavra, exclusivo da grande imprensa no passado, hoje está diferente.


Muitos comunicólogos afirmam que esse movimento não deve durar para sempre; afinal de contas, é impossível viver em uma sociedade na qual não se tem nenhuma fonte de informação confiável. O grande foco da questão é que não se sabe ainda qual modelagem será a existente no futuro.


Você está ansioso para a migração efetiva para a Web 3.0 ou acha que ainda falta muito para esse novo cenário?


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