Lição de casa: educação básica
Com menos de dois meses de trabalho, posso afirmar que a situação nas unidades da rede pública de ensino paulista é preocupante
Enquanto membro efetivo da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e professor há mais de duas décadas, acredito que teoria é essencial – mas a prática, indispensável. Por isso, ao assumir o mandato de deputado estadual, em março, me comprometi a verificar in loco as condições das escolas estaduais na Baixada Santista.
Com menos de dois meses de trabalho, posso afirmar que a situação nas unidades da rede pública de ensino paulista é preocupante. Em alguns casos, assustadora. Nesta semana, estive em Praia Grande, onde visitei as escolas estaduais (EEs) Pedro Paulo Lopes (Jardim Anhanguera), Dr. Alfredo Reis Viegas (Vila Sonia) e Profª Sylvia de Mello (Vila Antarctica).
O objetivo não é apontar o dedo para os problemas, mas tentar auxiliar em suas resoluções. Sou solidário aos administradores dessas unidades, que fazem o possível e o impossível para manter suas portas abertas.
Sigo o seguinte rito: realizo a visita na escola, verifico demandas e problemas com os diretores, professores e alunos, e, com as informações coletadas, monto um relatório para ser debatido na Comissão de Educação. Também apresento trabalhos em plenário com o intuito de alertar o Governo do Estado sobre as dificuldades encontradas e cobrar providências.
É um trabalho de formiguinha – e que se encontra no início. Mas, mesmo com o curto tempo das andanças, há sinais de que haverá muito por fazer. Na maior parte das unidades que já visitei na região, me deparei com uma série de problemas: falta de equipamentos, infiltrações nas estruturas, salas de aula sem acabamento nas paredes, vidraças quebradas, quadros negros danificados, fiação solta e quadras poliesportivas abandonadas, só para citar alguns.
Na primeira reunião da Comissão de Educação e Cultura, na terça-feira (23), os colegas parlamentares pretendiam discutir metodologia de ensino e planos de ação, entre outros temas. São questões importantes, claro, mas há necessidades mais urgentes no momento. Além de nossas escolas estarem literalmente caindo aos pedaços, precisamos garantir o mínimo de estrutura para os docentes e estudantes e, o principal de tudo, a valorização dos professores. Sem esses quesitos básicos, é inevitável faltar educação.