Esperança vital
Santos e Araraquara serão as duas cidades-pilotos do programa que poderá salvar vidas
A solução para muitos dos problemas que nos afligem pode estar dentro de nós. Poderia bem ser uma frase de guia de autoajuda, mas estou me referindo à importância do sangue no tratamento de diversas enfermidades e problemas de saúde.
Já apresentei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) uma série de matérias relacionadas ao tema, como a proposta de instalação de postos de coleta de sangue nas unidades do Poupatempo e um projeto para criação de um Centro Especializado em Hemodiálise e Diálise Peritoneal na Baixada Santista. Ambas estão em análise na Casa.
Por isso, em meio à maior crise sanitária do país, nos traz esperança saber que do sangue pode sair um instrumento a mais no enfrentamento da Covid-19. O Governo do Estado anunciou uma rede para o tratamento de pacientes que testaram positivo para o vírus por meio da transfusão do plasma. O projeto terá à frente o Instituto Butantan, instituição que vem fazendo a diferença ao longo da pandemia.
Santos e Araraquara serão as duas cidades-pilotos do programa. O método, basicamente, consiste na transfusão de plasma de pessoas que já tiveram o novo coronavírus com o objetivo de ‘repassar’ anticorpos ao paciente recém-infectado, permitindo que seu organismo combata a doença em melhores condições. Aproveito para parabenizar o prefeito santista, meu amigo Rogério Santos, pela iniciativa de buscar mais uma ferramenta de combate aos sofrimentos causados pela doença.
O novo procedimento é indicado para idosos, imunossuprimidos e portadores de comorbidades. Os estudos preliminares apontam que pacientes que utilizaram o plasma enfrentaram menores complicações durante o tratamento do que os que não o fizeram.
Como ainda não existe uma terapia específica contra a Covid-19, a técnica é uma alternativa para tentar atenuar seus danos sobre as pessoas contaminadas. Método devidamente coordenado por uma instituição de excelência, é sempre bom frisar.
Chega em um momento oportuno. Em março, 15.159 pessoas morreram em decorrência do vírus em solo paulista – o equivalente a toda a população de Eldorado, no Vale do Ribeira. Isso jamais pode ser encarado como algo ‘normal’.