O cenário caótico no Brasil vai além dos leitos hospitalares

O nome de Guedes e as promessas da economia liberal serviram apenas como propaganda de algo que jamais existiria

Por: Júnior Bozzella  -  15/03/21  -  09:32
Casos de descumprimento serão passíveis de advertência, multa e até suspensão ou cassação de alvarás
Casos de descumprimento serão passíveis de advertência, multa e até suspensão ou cassação de alvarás   Foto: Imagem ilustrativa/Pixabay

O termômetro de um governo é o desempenho da economia e contra fatos não há argumentos. Os números mostram o desastre que vem representando o governo Jair Bolsonaro, não só no que tange o enfrentamento à pandemia, com mais de 2 mil pessoas morrendo diariamente, mas também na condução da economia do país.


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O nome de Guedes e as promessas da economia liberal serviram apenas como propaganda de algo que jamais existiria. O ministro Paulo Guedes, que foi vendido para o povo como protagonista do governo Bolsonaro, hoje não passa de um discreto coadjuvante, daqueles com poucas falas. O país caminha sem direção e o resultado não está só na bolsa de valores e na alta do dólar. As consequências estão no dia a dia do brasileiro, bem ali, nas prateleiras do supermercado e consequentemente na mesa do povo.


Atualmente a alta do preço de alimentos é quase o triplo da inflação no país e a expectativa dos especialistas é de que os preços permaneçam altos até o fim do ano. O valor dos alimentos jogou lá pra cima o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) que subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no período.


Esta alta não tem apenas um alimento responsável, pois a maioria deles está com preços recordes no campo. Estamos vivendo uma inflação que há tempos não era vista no Brasil. O governo federal pode tentar apresentar todas as desculpas do mundo, mas a missão de regular a economia não é de ninguém além dele mesmo. Se há desequilibro econômico quem deveria trabalhar para corrigir? A resposta é simples, o presidente da República, mas infelizmente ele não tem feito a sua lição de casa.


É desesperador, mas o cenário caótico no Brasil vai além dos leitos hospitalares e já atinge as gôndolas dos supermercados. Com o dólar nas alturas está cada vez mais difícil manter a produção em território nacional. Isso, aliado a escassez dos produtos e manutenção da elevada demanda, tem feito com que os preços de artigos básicos da mesa do brasileiro, como arroz, feijão e carne, suba vertiginosamente. O dinheiro na carteira da dona de casa que hoje compra 1 quilo de carne no próximo mês não compra mais, é assim por diante. A alta constante dos preços dos alimentos tem feito o dinheiro encolher na carteira do povo.


O governo afirma que não haverá desabastecimento no país, mas alguém confia? Sobra conversa e falta ação. O mais preocupante para o povo é que não há, hoje, nada que indique que os preços dos alimentos vão cair. Com a pandemia atingindo números assustadores e o fantasma do desemprego voltando a rondar as casas, ou o presidente Bolsonaro toma uma atitude, ou as pessoas começarão também a morrer de fome.


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