Mataram mais de meio milhão, mas os que estão vivos não permitirão que isso fique impune
Em dezembro de 2020 o Brasil contava cerca de 195 mil mortos pela Covid-19. Sete meses depois somamos 530 mil óbitos
No último sábado (03) milhares de pessoas se uniram no Brasil e exterior por uma causa em comum: pedir o impeachment do presidente da república Jair Bolsonaro.
De acordo com os organizadores dos protestos foram realizados 352 atos em 312 cidades do Brasil, em todos os estados e no Distrito Federal, e 35 no exterior em 16 países reunindo aproximadamente 800 mil pessoas.
Com orgulho eu posso dizer que eu estava lá entre essas centenas de milhares de pessoas lutando pelo meu país! É muito fácil dizer que é contra os arroubos autoritários do presidente da república, que repugna a corrupção e seguir sentado em casa assistindo o Brasil sucumbir. Perdoem-me aqueles que discordam, mas eu não sou um homem que me acovardo diante das injustiças e o que estamos vendo acontecer no nosso país é mais do que imoral, é criminoso.
Em dezembro do ano passado o Brasil contava cerca de 195 mil mortos pela Covid-19. Sete meses depois, hoje em meados de julho, somamos 530 mil óbitos. Quantas vidas teriam sido salvas se lá em agosto o Governo Federal tivesse comprado as vacinas? Se não tivesse por diversas vezes recusado a Pfizer e o Instituto Butantã? Se a imunização tivesse começado no país todo em dezembro de 2020 como nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, certamente muitas dessas 350 mil vidas que se perderam nos últimos sete meses poderiam ter sido salvas. Todos se lembram do ator Paulo Gustavo e do meu grande irmão senador Major Olímpio que nos deixaram precocemente pela falta de duas doses da vacina, mas foram centenas de milhares de Paulos e Olímpios que, assim como eles, morreram pelo negacionismo, pela negligência e agora sabemos que também pela corrupção deste governo.
A vida deles valia US$ 1,00? A sua vida e a dos seus amigos e familiares vale US$ 1,00? Talvez eu seja um ser de outro mundo na cabeça dos bolsonaristas, mas pra mim a vida humana importa e não tem preço!
No último sábado eu vi que tem muita gente no Brasil que pensa como eu, muita gente que se importa com o país, que tem garra, coragem e está disposta a lutar para libertar o Brasil dos dias de trevas que estamos vivendo, liberar o país da tirania, do negacionismo, do extremismo e da corrupção.
Não existe governo meio corrupto. Ou tem ou não tem corrupção. Toda a nossa luta em 2018 foi para acabar com a corrupção e não para trocar o nome do corrupto. Não existe “esse é menos ou mais corrupto”, corrupção é crime. Se existe, tá errado e ponto final! O bandido que rouba um saco de dinheiro de um banco é tão criminoso quanto o que roubou dez.
No dia 3 de julho de 2021 o que eu vi nas ruas foi união. Foram pessoas de diferentes partidos e credos deixando as diferenças de lado e encampando uma única bandeira: a do Brasil, que não é propriedade do presidente da república Jair Bolsonaro, é de todo o povo brasileiro. O brasileiro não aguenta mais tantas mortes, tanta fome e tanta corrupção. Queríamos a nova política, mas a “nova política do Bolsonaro” não tem nada de novo, é uma reedição muito pior do que já existia.
O Brasil é maior do que tudo isso. Mataram mais de meio milhão de brasileiros, mas a voz do país inteiro nas ruas mostrou que os que estão vivos não permitirão que isso fique impune. Chega!