Christian Frutig da Surf Champion

Chayne também fez história. Ele foi um dos vencedores do terceiro Campeonato Paulista de Surf

Por: Gabriel Pierin  -  28/06/22  -  07:07
Chayne fez história no Paulista, disputado na Praia das Pitangueiras, em Guarujá
Chayne fez história no Paulista, disputado na Praia das Pitangueiras, em Guarujá   Foto: Divulgação

Christian Frutig, o Chayne, deu uma imensa contribuição para o surfe e os esportes náuticos. Para muitos, a misteriosa trajetória do surfista e shaper é um dos elos para compreender a história do surfe brasileiro.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Foi com o amigo Alex Welter que Chayne começou a pegar ondas de peito nas pranchinhas de madeira. Os aguçados meninos pintaram a madeira de tinta a óleo e improvisaram uma quilha na tábua. Já nos anos 1960, os dois inventaram uma prancha de compensado naval preenchida com blocos de isopor, revestida com fibra de vidro, e acredite, uma quilha de latão.


O surfista paulistano, nascido no final da década de 1940, surfou no Guarujá, mas foi na mudança para Dana Point, na Califórnia, que aprendeu a arte de expandir poliuretano e shapear pranchas. Na sua volta para o Brasil, serviu à família Pacey e Cunningham, donos da Glaspac, a primeira empresa paulista a produzir pranchas de fibra de vidro em série, dos históricos modelos MK.


Ainda na década de 1960, Mark Lund trouxe uma mini model Superlight da Hansen Surfboards dos Estados Unidos. Foi com essa prancha que Chayne desenvolveu o molde para o modelo MK-3 da Glaspac. Os dois ficaram amigos e, junto com Alex Du Mont, percorreram o Litoral Norte Paulista nas inesquecíveis surftrips, dormindo apertados no Fusca de Chayne.


No surfe competitivo, Chayne também fez história. Ele foi um dos vencedores do terceiro Campeonato Paulista de Surf, disputado na Praia das Pitangueiras, em Guarujá, pela categoria sênior. No dia da final, o surfista tomou uma pranchada nas costelas e não estava em condições de competir. O concorrente direto, Luiz Carlos Frigerio, mesmo incentivado a entrar na água e garantir o título isolado, não se aproveitou da vantagem e ambos foram declarados campeões.


O shaper saiu da Glaspac nos anos 1970 para construir sua própria marca, a Surf Champion, em Parelheiros, na Avenida Santo Amaro. Visionário, diferenciou-se da produção pop-out (placas de fibra de vidro moldadas) da Glaspac e passou a expandir o poliuretano em blocos para depois shapear no formato das pranchinhas modernas.


A vida empresarial de Chayne encontrou com Manfred von Schaffhausen. Os dois fundaram a Coast Catamaran em sociedade e, juntos, importaram o primeiro Hobbie Cat 14, depois produzido no Brasil. Ele também foi pioneiro nas pranchas Windgliders, para Windsurf.


Porém, a marca Surf Champion, do sol na logomarca, ainda ilumina a memória dos surfistas e aquece o coração daqueles que conheceram o brilhante shaper.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver todos os colunistas
Logo A Tribuna