Baleia e o surfe em Mongaguá

Luiz Antonio de Almeida Monteiro, o Baleia, mantém até hoje a paixão pelas ondas

Por: Gabriel Pierin  -  03/05/22  -  06:33
Luiz Antonio de Almeida Monteiro, o Baleia, mantém até hoje a paixão pelas ondas
Luiz Antonio de Almeida Monteiro, o Baleia, mantém até hoje a paixão pelas ondas   Foto: Arquivo Pessoal

Luiz Antonio de Almeida Monteiro, o Baleia, nasceu em Santos, em 14 de maio de 1952, e cresceu em Mongaguá. Ele herdou a paixão pelo mar e pela Cidade do pai, o engenheiro e ex-vereador Joaquim Monteiro. Os dois frequentavam a torre de salto na Ponta da Praia e remavam até Santa Cruz dos Navegantes, a Pouca Farinha.


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Numa das vindas para Santos, os irmãos Luiz Antonio e Ana Margarida encontraram um enorme disco de madeira, utilizado para a instalação de cabos de telefonia. Eles se inspiraram no artefato e, com a ajuda do pai, criaram o Sonrisal para se divertir nas águas rasas de Mongaguá. Luiz também se divertia pegando ondas de peito em tabuinhas de madeira fabricadas pelo pai, Joaquim.


O surfe entraria definitivamente na vida de Luiz Antonio aos 12 anos de idade, quando ele viu os irmãos gêmeos Jackson e Jeferson, residentes nos Estados Unidos, de férias em Mongaguá. O ano era 1964, e o menino foi atraído pelos surfistas descendo as ondas de pé sobre uma enorme prancha.


Naquela época, estavam construindo um conjunto de prédios, o Planetário, e Luiz pegou uma das tábuas da construção, deu forma ao compensado e se lançou ao mar para realizar a façanha de correr uma onda de pé.


O tempo passou e outros jovens de Mongaguá também impulsionaram o surfe na cidade praiana. Luiz e os irmãos José Fernando e Eduardo Rivas construíram uma tábua havaiana oca, coberta com ‘duratex’ temperada à prova d’água, porém muito pesada e que dependia dos três para alcançar o mar. Zé Fernando e Eduardo evoluíram para a fabricação da primeira prancha de resina e bloco, os novos materiais flutuantes que contagiaram os shapers no final dos anos 1960.


Quando tirou sua carta de motorista, Luiz ganhou um Fusca 68 e com ele conheceu novas praias pelo litoral em suas surftrips. Sua primeira viagem, no início dos anos 1970, foi para o Sul, onde desbravou as praias catarinenses de Garopaba, Guarda e Silveira, chegando até Torres, no Rio Grande do Sul.


No Litoral Norte de São Paulo, encantou-se pela Praia da Baleia. Luiz se inspirou na praia paulista e montou uma surfshop no centro da cidade. Nascia a Baleia Surfshop. O surfista que se tornaria engenheiro químico dividia o trabalho na Cosipa com a oficina de pranchas Baleia Surfboards, instalada na garagem de sua casa.


No verão de 1975, ocorreu o primeiro campeonato de surfe de Mongaguá. WagnerToni Surfboards patrocinou o torneio, organizado no Bar do Donato e realizado na Praia do Centro. O torneio contou com o apoio do presidente da Comissão Municipal de Esportes, Luiz Redo Garcia, e fez do surfista Ricardo Costa o primeiro campeão de Mongaguá.


Em 1977, um novo desafio na história da Cidade causou um grande alvoroço para o surfe e pesca na região: o Píer de Mongaguá. O novo equipamento urbanizou seu entorno enquanto avançava em direção ao mar.


Baleia acompanhou a construção, pilastra por pilastra, sonhando com o impacto na formação das ondas. Finalmente o píer formou a sonhada bancada e o acesso a uma corrente de retorno. As ondas perfeitas criaram um pico inédito em Mongaguá, privilégio para os surfistas.


Baleia e os pioneiros surfistas ainda vivem o espírito do surfe, praticando longas travessias de stand-up, pegando ondas e confraternizando.


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