Inovação como saída

Levantamento realizado pelo Sebrae entre 3 e 7 abril com 6.080 empreendedores de todo o país buscou aferir o impacto da pandemia da covid-19 para pequenos empresários

Por: Da Redação  -  21/04/20  -  20:06
Atualizado em 21/04/20 - 20:42

Levantamento realizado pelo Sebrae entre 3 e 7 abril com 6.080 empreendedores de todo o país buscou aferir o impacto da pandemia da covid-19 para pequenos empresários. Os dados permitem concluir que as firmas antes da crise já apresentavam problemas: apenas 26,6% responderam que sua situação financeira era boa, enquanto 49% consideravam-na razoável e 24,4% admitiam que era ruim, demonstrando que a recuperação econômica vinha se dando em ritmo lento e insatisfatório.


Os números mostram que a pandemia atingiu em cheio a imensa maioria das pequenas e médias empresas brasileiras: 87,5% disseram que seu faturamento mensal diminuiu, e 58,9% delas interromperam temporariamente seu funcionamento. 3,5% fecharam de vez, enquanto 31% foram obrigados a mudar seu sistema de trabalho, e 6,6% seguem operando normalmente.


As saídas foram principalmente trabalhar com horário reduzido (41,2%), realizar apenas entregas online (41,9%). 21,6% com home office, enquanto 15,3% aderiram ao rodízio de funcionários. Várias adotaram mais de uma dessas medidas, explicando assim que o percentual somado das alternativas ultrapasse 100%.


No conjunto das pequenas e médias empresas, quase a metade (46,8%) não tomou nenhuma medida em relação a seus funcionários: os restantes optaram por férias coletivas (28%), suspensão do contrato de trabalho (17,8%) e redução da jornada com diminuição do salário (17%), demonstrando que a possibilidade aberta com a MP 936, por meio da qual o governo garante o Benefício Emergencial, teve impacto moderado até agora nesse segmento.


Há previsões muito negativas para esse ano. O FMI estimou que o PIB nacional caia 5,3% em 2020, e a Fecomercio-SP revisou suas projeções de vendas no varejo para queda de 3,6%, com perda de R$ 115 bilhões no faturamento. As pequenas empresas são as mais atingidas pela crise, uma vez que têm pouco capital de giro para suportar um ou dois meses de paralisação de suas atividades, o que pode levar à falência de muitas delas. 


Nesse difícil momento, a criatividade e a inovação devem ser buscadas. Muitas empresas mudaram seu foco, redirecionando negócios e serviços para outras áreas, com maior demanda. O Sebrae vem recebendo busca recorde por cursos online e consultas, demonstrando que todos estão procurando alternativas. O empresariado precisa perceber que muitas das atuais mudanças vieram para ficar e devem se preparar para novas oportunidades que surgem e irão se intensificar após o final da crise.


Investimentos em tecnologia (notadamente a digitalização), fortalecimento da comunicação com clientes, principalmente com o uso das redes sociais, e identificação de novas áreas de interesse dos consumidores constituem o roteiro. A trajetória será difícil, mas é possível vislumbrar possibilidades no médio prazo. 


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