Uma investigação profunda no Ministério da Educação
Desvios na área da Educação devem ser veementemente repudiados e, uma vez confirmados, punidos de forma exemplar
Ele não deu entrevista, mas sua defesa nega. Por isso, é fundamental que esse caso, revelado em março pelo jornal O Estado de S. Paulo, seja muito bem apurado. Afinal, esse escândalo envolve verbas do ensino, infelizmente tão negligenciado. Desvios nessa área devem ser veementemente repudiados e, uma vez confirmados, punidos de forma exemplar.
Conforme denúncia de prefeitos, Moura e o também religioso Gilmar Santos ofereciam a intermediação de verbas do MEC exigindo propina, incluindo ouro. Como eles não eram do quadro de servidores da pasta, foram chamados de gabinete paralelo. A PF apontou ainda mais dois nomes, o de Laerte Duarte, então gerente da Secretaria-Executiva do ministério, e Helder Bartolomeu, genro de Moura cuja conta teria sido usada para receber “vantagens indevidas”.
O que preocupou o Governo é que, na gravação de Ribeiro divulgada em março, o ex-ministro diz que dava prioridade a prefeitos apresentados pelos pastores por solicitação do presidente Jair Bolsonaro. Em 24 de março, antes da saída “a pedido (vontade própria)” de Ribeiro do cargo, Bolsonaro disse que colocava a “cara toda no fogo pelo Milton”. Na última quarta, Bolsonaro falou que o ex-ministro, “se for culpado, vai pagar”.
O senador Flávio Bolsonaro até criou nova versão para a queda de Ribeiro, de que foi removido (e não “a pedido”). Porém, na live de quinta, o presidente mudou de ideia – disse que coloca a “mão no fogo” por Ribeiro e que “dificilmente” seus ministros cometem corrupção. Também criticou o juiz federal Renato Borelli, que deu a ordem de prisão, um magistrado que já puniu gente do PT ao entorno de Michel Temer e o próprio Bolsonaro, obrigando-o a usar máscara.