Turismo sanitário

Há tempo para que a região se una e discuta o turismo local com o setor privado, dando prioridade à saúde

Por: Redação  -  31/08/21  -  06:34
  Foto: Matheus Tagé/AT

É confortador que as prefeituras da região estejam, mesmo individualmente, pensando nas dificuldades sanitárias que poderão advir de uma temporada de verão mais movimentada do que a anterior. Tal expectativa se relaciona ao avanço da vacinação dos habitantes contra a covid-19 e a um desejo, ainda contido por muitos, de relaxar e esquecer temporariamente a pandemia e os tantos problemas socioeconômicos dela decorrentes.


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A principal questão está no alcance que poderá ter a variante Delta do coronavírus, que leva municípios a pensar em campanhas informativas e blitze em trechos urbanos e rodoviários para os esperados visitantes. Antes, entretanto, será preciso aguardar se a região e o País passarão outra vez pelo que já ocorreu nas duas vezes anteriores — no exterior, períodos de relaxamento de restrições foram sucedidos por avanço em casos de infecção, internações e mortes.


Ainda que a imunização esteja em curso, a cepa que já se dissemina preocupa pesquisadores, por ser potencialmente mais contagiosa. No Estado, os últimos limites de ocupação de espaços e de horário para permanência nas ruas foram extintos há duas semanas. Passado tal período, tido por autoridades de saúde como um intervalo médio para se definirem tendências de queda, alta ou estabilidade estatística, o cenário começará a se clarear.


Também felizmente, tornou-se geral o entendimento de que a contenção da pandemia não é uma questão de torcida contrária ou favorável, mas de conscientização. Enquanto a temporada não chega, uma ação conjunta entre Poder Público e os segmentos econômicos de comércio e serviços poderá ser desenvolvida, no sentido de chamar à responsabilidade cada morador da região. Nota-se, em quaisquer locais abertos, que parte da população está descuidada quanto ao uso de máscaras e a evitar aglomerações desnecessárias, e tal comportamento abre caminho a uma doença potencialmente letal e que deixa sequelas em sobreviventes.


Outro elemento é o econômico. A retomada do vigor das atividades gerais é lenta, e o valor do dinheiro vem se corroendo mais depressa do que em tempos pré-pandêmicos. Tem sido difícil, para cada vez mais famílias, custear o básico. Entendidas certas formas de lazer como supérfluas, pior para o turismo.


Portanto, há tempo para que a região metropolitana se una, a exemplo do que demonstrou positivamente no ano passado, em meio às incertezas e à gravidade da covid-19. Por ora, está marcada para 28 de setembro uma reunião extraordinária do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), a fim de debater eventos a serem promovidos pelas prefeituras para o Ano-Novo.


Sugere-se estender a pauta para uma discussão geral, mas objetiva, sobre todos os aspectos que o turismo abrange na região. Que se chame o setor privado à mesa. O intuito é que a temporada 2021/2022 não se perca — com a saúde coletiva como elemento primordial.


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