Tornados em séries e chuvas colossais

Um efeito do aquecimento são enxurradas repentinas em regiões diferentes e em números cada vez maiores

Por: Redação  -  13/12/21  -  06:57
Um efeito do aquecimento são enxurradas repentinas em regiões diferentes e em números cada vez maiores
Um efeito do aquecimento são enxurradas repentinas em regiões diferentes e em números cada vez maiores   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Dois fenômenos climáticos de intensidade acentuada e atípicos para esta época do ano ou nas áreas atingidas, registrados nos últimos dias, geraram igualmente transtornos terríveis para suas populações – os tornados em série que devastaram o Kentucky, nos Estados Unidos, e as chuvas que alagaram cidades pequenas e pobres do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e do sul da Bahia. Os dois casos, por serem extremos, sinalizam para catástrofes que devem se repetir mais vezes em razão das mudanças climáticas. Por isso, os governos precisam estabelecer protocolos de ação para proteger os moradores ou reduzir perdas de vidas e materiais.


No caso americano, os tornados foram provocados por chuvas fortes na sexta-feira que resultaram de uma frente fria que colidiu com o calor, um cenário incomum para esta época do ano naquela região, abaixo de Chicago e o Michigan e quedesce no mapa até Kentucky. Pelo menos 30, atipicamente altos, de nove quilômetros de altura, varreram aquela parte e deixaram ao menos 100 mortos. Para climatologistas, isso não causaria surpresa se fosse março, época favorável devido ao aumento das temperaturas.


No Brasil, as chuvas em Minas e na Bahia não atingiram o grau de severidade dos tornados americanos, mas também tiveram grande impacto socioeconômico até por surpreender uma população mais pobre e por o Brasil não ser um País de fenômenos catastróficos, como furacões, terremotos e vulcões. Porém, o desinteresse dos gestores públicos de desenvolver planos de prevenção expõe os brasileiros a situações que poderiam ter o impacto atenuado. Segundo o portal G1, esses temporais em Minas e Bahia estão associados à faixa de nuvens que se estende do sul amazônico até a região central do Atlântico Sul, condição comum para a primavera/verão. O que surpreendeu foi a quantidade de água, de 80 a 100 milímetros por dia no sul baiano. Em Itamaraju, perto de Porto Seguro, bem na região estreita do mapa da Bahia, entre Minas e Espírito Santo, nos últimos dez dias choveram mais de 500 mm, contra 13 em igual período do ano passado. No Brasil, como há muitas famílias em encostas ou imóveis inapropriados para moradia, ocorreram soterramentos com mortes, algo que poderia ser evitado, além da subida rápida das águas, destruindo inclusive um resort em Ilhéus. No Jequitinhonha (MG), uma das regiões mais pobres e secas do Brasil, há muitas cidades com enchentes, o que pode elevar a miséria por lá.


Fatos como esses precisam ser analisados com profundidade para melhor entendê-los e o ideal era usar esses estudos para desenvolver planos de prevenção. Segundo climatologistas, um efeito do aquecimento do planeta é a ocorrência de enxurradas repentinas em regiões diferentes e em números cada vez maiores. Será difícil escapar, mas fica a possibilidade de atenuar danos tal como nos países mais acostumados a tragédias, como o Japão.


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