Táxis voltam a ganhar fôlego

Quem ganha com a disputa acirrada no mercado é o consumidor

Por: Redação  -  24/04/22  -  06:21
Corridas de táxis voltaram a aumentar nos últimos seis meses
Corridas de táxis voltaram a aumentar nos últimos seis meses   Foto: Matheus Tagé/AT

Em um mundo em constante transformação por causa da velocidade imposta pelos avanços tecnológicos, os táxis viram sua existência ameaçada quando do surgimento dos aplicativos de transporte. Com preços menores, mimos para os passageiros e o apelo do dinamismo digital, os motoristas adeptos dessa nova prática se multiplicaram em alta velocidade e tomaram a dianteira do setor com folga.


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Em desvantagem, não foram poucos os taxistas que perderam o estímulo e jogaram a toalha diante da redução drástica do mercado. Contudo, passada uma década aproximadamente, a situação muda de figura de novo. Em Santos, cooperativas de táxi registraram aumento de até 70% no número de corridas realizadas nos últimos seis meses.


A explicação para essa mudança no panorama está, principalmente, nas brechas deixadas pelos aplicativos. Em primeiro lugar, os preços menores, principal atrativo inicial, ficaram relativos. Quando as corridas são realizadas em horários de pico ou em dias de chuva, ocasiões nas quais a demanda sobe sensivelmente, o passageiro costuma pagar bem mais do que se estivesse em um táxi convencional. Além disso, os frequentes cancelamentos de corridas sem motivo por parte dos motoristas depõem contra o segmento. Isso sem falar que os mimos e até os carros de maior porte do início da atividade, que ofereciam mais conforto e comodidade aos passageiros, fazem parte do passado.


De certo, os motoristas de aplicativo, na maioria dos casos, gostariam de oferecer um serviço melhor a um preço que fosse atrativo para o cliente e que lhes permitissem uma remuneração digna. Contudo, a maior dificuldade está justamente aí. Com os constantes aumentos do preço dos combustíveis, mais o pequeno repasse que as empresas de aplicativos destinam a eles, fica praticamente inviável trabalhar sem reajustar as tarifas. Em recentes reportagens em A Tribuna e em diversas outras fontes de informação, foi a vez de os motoristas de aplicativos relatarem que estavam deixando o serviço porque não valia mais a pena passar tantas horas ao volante para, ao final do dia, não faturarem praticamente nada.


Em Santos e nas demais cidades da região, onde boa parte da população é composta por idosos, o “renascimento” dos táxis tem importância. Afinal, parcela considerável desse público interage menos com as novas tecnologias e não abre mão das tradições em seus hábitos e costumes no cotidiano. Uma ligação telefônica ou até mesmo a ida ao ponto para tomar um táxi passam maior sensação de segurança e efetividade.


Seja como for, quem ganha com a disputa acirrada no mercado de transportes urbanos é o consumidor, que vê o número de opções no serviço aumentar enquanto taxistas e motoristas de aplicativos lutam para oferecer melhores preços e condições.


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