Setembro Amarelo

Para a OMS, falar sobre suicídio é falar sobre saúde pública, doenças psiquiátricas e transtornos mentais

Por: Redação  -  13/09/21  -  06:39
 Campanha anual de prevenção ao suicídio ocorre desde 2014
Campanha anual de prevenção ao suicídio ocorre desde 2014   Foto: Imagem Ilustrativa/Reprodução

Faltam meses para marcar temas relevantes relacionados à saúde e, a partir deles, ampliar as respectivas campanhas de conscientização, prevenção e tratamento. Um desses temas, no entanto, se reveste de especial atenção por estar diretamente ligado à urgência do viver: o Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, um tema que, pouco a pouco, sai da penumbra social e ganha visibilidade. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), falar sobre suicídio é falar sobre saúde pública, doenças psiquiátricas e transtornos mentais.


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A campanha anual de prevenção ao suicídio ocorre desde 2014 e a ela foram sendo agregadas iniciativas para reforçar a necessidade de dar eco à discussão, levando-a de forma responsável para a rede pública e privada de saúde, para as universidades, mundo corporativo e, principalmente, para a mídia, que vem dando visibilidade a pautas que, até anos atrás, ainda eram tratadas como tabu.


De acordo com o relatório Suicide Worldwide, publicado pela OMS em junho, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio em 2019, o que representa uma a cada 100 mortes. No Brasil, são aproximadamente 13 mil pessoas por ano. A maioria dos suicídios está relacionada a distúrbios mentais, como depressão e transtorno, o que evidencia a necessidade de dar a esses males o tratamento adequado. Estima-se que 90% dos casos de suicídio tenham relação direta com doenças tratáveis.


Desde 2020, as preocupações com os males de fundo psiquiátrico aumentaram em decorrência da pandemia, e não só porque o demasiado tempo de confinamento, o medo da contaminação e os problemas de ordem econômica podem ter desencadeado desequilíbrios emocionais em mais pessoas, como também houve um afastamento de pacientes de tratamentos que vinham sendo feitos.


Entidades como Associação Brasileira de Psiquiatria e Conselho Federal de Medicina abraçaram a causa de forma intensa e profissional e têm importante agenda no campo da Medicina. Mas, para além da vertente diagnóstica e de tratamento, é fundamental destacar o papel do Centro de Valorização da Vida (CVV), que em mais de 50 anos de atuação no Brasil oferece escuta a quem apenas precisa falar, por meio de ligações gratuitas ao telefone 188. Voluntários treinados atendem 24 horas pessoas dos mais distantes rincões do Brasil, um trabalho que precisa ser estimulado e incentivado.


Em tempos conturbados nas relações sociais, com discursos ideológicos de ódio e agressividade, são bem-vindas as palavras de Jacques Conchon, falecido em 2018 e um dos fundadores do CVV no Brasil. “Oxalá alcancemos um dia em que o exercício da amizade seja assimilado, e tão natural quanto o ato de respirar. Na aplicação do exercício da amizade não há contraindicações, é tão somente um exercício humano. O ser humano, na sua intimidade, é bom”.


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