Profissões em alta

Há estudos que mostram que 65% das crianças que entram hoje no Ensino Fundamental irão trabalhar em empregos que ainda não existem. Outros apontam que 85% das profissões a ser ocupadas em 2030 ainda não foram criadas. As mudanças provocadas pela tecnologia são a causa principal dessa transformação, com profundas consequências sociais, políticas e econômicas.

Todos os anos o mercado se agita com previsões sobre as demandas profissionais que marcarão o futuro imediato. Nesse sentido, levantamento realizado pelo Page Group (que inclui empresas internacionais de recrutamento) buscou aferir quais serão as profissões mais requisitadas em 2020 no Brasil, e a conclusão é que a demanda será por aquelas que ajudem a desenvolver a experiência com o cliente, gerentes de projetos de automação, programadores e executivos para liderar a frente de transformação digital ou os esforços de adaptação à nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

As profissões convencionais, que marcaram o mundo do trabalho durante as últimas décadas, perdem espaço, sem mencionar o desaparecimento de inúmeras funções, muitas delas ligadas ao trabalho manual, substituídas por máquinas. Com a esperada retomada da economia no Brasil em 2020, serão necessários engenheiros de diferentes modalidades, mas o estudo destaca que o maior interesse estará por diretores financeiros (Chief Financial Officer, CFO), analistas contábeis, gerentes de fusões e aquisições e diretores comerciais.

Há perspectivas otimistas: para o próximo ano, o percentual de vagas para expansão das empresas saltou para 45%, mas é preciso reconhecer que o perfil do profissional buscado mudou substancialmente nos últimos cinco anos. Muito mais do que a sólida formação técnica, são valorizados novos atributos: grande capacidade analítica, aptidão para realizar a gestão de pessoas e principalmente flexibilidade para atuar em cenários de rápidas mudanças.

As possibilidades salariais das novas funções são grandes: um gerente de fusões e aquisições pode alcançar salário mensal de até R$ 30 mil, além de bônus, o mesmo acontecendo com profissionais de proteção de dados, na área da tecnologia da informação, e gestores de vendas.

Um controller da área financeira e tributária pode almejar rendimentos mensais de R$ 25 mil, e há forte demanda por profissionais de marketing e de suprimentos e logística, e por especialistas em busca e aquisição de talentos, na área de Recursos Humanos. Um diretor de desenvolvimento sustentável será peça chave para muitas empresas, podendo receber até R$ 40 mil por mês.

É preciso preparar e formar tais profissionais, sabendo que as transformações vão continuar. Às universidades cabe o papel primordial e elas precisam se adequar às novas demandas e exigências do mercado de trabalho.