O ano da construção civil

Nos dez primeiros meses deste ano, houve a geração de 2.160 novos empregos formais no setor na Baixada Santista

Por: Da Redação  -  26/12/19  -  10:57

Não é exagero apostar que 2020 deverá ser o ano da construção civil no Brasil. A expectativa é que o setor encerre 2019 com crescimento de 2%, o dobro do avanço do PIB nacional. Ressalte-se que o segmento teve recuo acentuado em suas atividades nos últimos anos, que ainda fazem com que ele esteja 30% abaixo do nível máximo do início de 2014.


As projeções indicam que a construção civil poderá crescer 3% em 2020. Obras públicas de infraestrutura e edificações têm sido lançadas, e o ano eleitoral deve fazer com que elas aumentem ainda mais. Em 2019, o setor foi responsável pela geração de 13% dos novos postos de trabalho com carteira assinada no País: dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) indicam a criação de 117 mil novos postos de trabalho neste ano, para um total de 948 mil empregos formais gerados.


Mas é no mercado imobiliário que estão as maiores expectativas. O movimento de recuperação é firme e tem bases sólidas: de um lado, a recuperação da economia traz mais garantia de empregos e renda; de outro, a queda na taxa de juros reduziu o custo do crédito imobiliário. Segundo estudo feito pela Associação Brasileira de Incorporadores Imobiliários (Abrainc), a cada ponto percentual de redução nos juros imobiliários, pelo menos 2,8 milhões de famílias passam a ter condições de contratar esse tipo de crédito.


Os bancos preparam-se para uma competição mais acirrada em 2020. As portabilidades do crédito imobiliário (mudança de instituição financeira por parte dos mutuários) no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que concentra o maior número de operações, tiveram forte alta: em todo o ano de 2018, elas somaram R$ 271,8 milhões, enquanto neste ano, até outubro, o volume já atingia R$ 610 milhões.


O mercado de financiamento para aquisição de imóveis cresceu 30% em volume financeiro quando se compara o período de janeiro a outubro de 2019 com igual período de 2018, e a expectativa que esses números sejam ampliados no próximo ano. A Caixa tem liderado o movimento de redução da taxa de juros do setor, e baixou a taxa mínima da linha para 6,5% ao ano logo após o Banco Central ter reduzido a taxa Selic para 4,5% anuais neste mês.


Há outro fator a impulsionar o mercado imobiliário. Diante da baixa remuneração dos títulos de renda fixa e caderneta de poupança, cresceu o interesse pelos fundos imobiliários, cujo patrimônio líquido aumentou de R$ 85 bilhões em dezembro de 2018 para R$ 105 bilhões em outubro de 2019.


Na Baixada Santista, os efeitos também já se fazem notar. Nos dez primeiros meses deste ano, houve a geração de 2.160 novos empregos formais no setor, que se destacou entre todos os demais. O cenário é muito positivo, e as boas expectativas são plenamente justificadas.


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