Mudanças no mercado de trabalho

A certeza do impacto das tecnologias obriga uma mudança profunda no ensino desde já, com domínio de novas ferramentas

Por: Redação  -  03/07/21  -  09:00
 Os exemplos de mudança podem ser observados no Porto de Santos, com operações cada vez menos braçais
Os exemplos de mudança podem ser observados no Porto de Santos, com operações cada vez menos braçais   Foto: Carlos Nogueira/AT

Os avanços da tecnologia geram um conforto indiscutível aos cidadãos e muita eficiência às empresas. Por outro lado, é importante ressaltar que a necessidade por mão de obra será progressivamente reduzida e as novas carreiras que estão sendo criadas e outras tantas que surgiram não devem dar conta da demanda das próximas gerações por trabalho. Deve-se considerar ainda que o aumento da expectativa de vida e melhora da saúde por meio da revolução da Medicina, também associada à inovação tecnológica, darão condições para milhares de trabalhadores disputarem vagas no mercado em idades hoje consideradas avançadas. Por isso, os gestores públicos precisam começar a pensar nesse contexto trabalhista do futuro, não muito distante, que terá um impacto social tremendo. Pelo menos, já há análises de pesquisadores da área com importantes alertas e executivos dos vários setores da economia atentos a essas mudanças.


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Como há muita imprevisibilidade sobre o que vai mudar no mercado de trabalho, a certeza do impacto das tecnologias obriga uma mudança profunda no ensino desde já, com mais preparo no domínio das ferramentas. As escolas precisam saciar a necessidade de conhecimento dos mais jovens, que na prática hoje usam o celular como se fosse um cérebro extra. Por isso, os processos de aprendizagem têm que ser modernizados e focarem as novas realidades do mercado de trabalho, sem abandonar as humanidades e as noções de cidadania e proteção ambiental.


Os exemplos de mudança podem ser observados no Porto de Santos, com operações cada vez menos braçais, demandando um trabalhador com conhecimento de novas tecnologias e redução da necessidade de mão de obra, como foi apontado pelo webinar Trabalho Portuário: Passado, Presente e Futuro, do Grupo Tribuna e Ruy de Mello Miller (RMM) Advocacia na quinta-feira. Assim como em outros setores da economia, no portuário uma sequência de atividades, como carregamento e descarregamento de navio antes com muitas pessoas, passou a ser feita com computadores e aplicativos. Funções de estivadores, conferentes e vigias são impactadas, mas que tenham a possibilidade de conseguirem emprego no próprio Porto, ainda que em atividades fora da movimentação de cargas, como defendeu o procurador do Trabalho do MP da União, Augusto Griecco Sant’Anna Meirinho.


O caso dos caminhões da Vale em Carajás (PA) também ajuda a entender os novos tempos. Nos próximos meses, a mineradora começa a operar de forma definitiva dez caminhões autônomos – sem operador na cabine. Em 2024, essa frota será quintuplicada. Portanto, muitas das mudanças estão prontas para acontecer e não se fala de um futuro muito demorado. Além da reformulação do ensino desde a base, o que se conclui é que os atuais trabalhadores terão que, em massa, aprender novas habilidades e ferramentas.


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