Micromobilidade urbana

Planejar as cidades para os novos hábitos de deslocamento que vão surgindo é lição de casa das mais urgentes

Por: Redação  -  20/06/22  -  07:23
  Foto: Matheus Tagé/AT

Tempos desafiadores para os gestores públicos que acompanham as mudanças nos hábitos de deslocamento em massa dentro dos municípios e nas regiões metropolitanas, como a Baixada Santista. Ao mesmo tempo em que a opção pelo ônibus diminui ano após ano, crescem os modais alternativos como patinetes, bicicletas compartilhadas e as elétricas, e a concorrência tarifária dos aplicativos. Hoje, em Santos, por exemplo, dependendo da distância a ser percorrida e do horário, pagar pela corrida por aplicativo é mais compensador do que esperar um ônibus no ponto.


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As grandes metrópoles, como São Paulo, começam a observar uma retomada na expansão das bicicletas compartilhadas, serviço que atende quem quer trabalhar, quem está em pequenos deslocamentos e os que buscam o lazer. É o que vem sendo chamado de micromobilidade da cidade, que, em São Paulo, deverá contar novamente com a locação de patinetes.


Em Santos e em algumas cidades da Baixada Santista, já é possível observar uma quantidade maior de bicicletas elétricas circulando, das menores e mais leves às mais sofisticadas, com garupa e bagageiro.


A faixa de preço de um modal assim está entre R$ 6 mil e R$ 12 mil, valores superiores às motocicletas convencionais, mas com uma contrapartida significativa ao longo dos meses: a economia de gasolina, elemento que se tornou pesado no orçamento doméstico nos últimos meses, face à alta de 31% da gasolina somente neste ano, e 68% do diesel.


A Baixada Santista é terreno fértil para o estímulo a esses novos modais, como bicicletas elétricas e patinetes, pois a maior parte de sua malha urbana é plana. Esse movimento, que ganha espaço nas grandes metrópoles e mundo afora, deve chegar de maneira mais intensa à região em curto espaço de tempo.


Embora represente um revés a mais para as empresas que operam o transporte público, deve ser visto como uma oportunidade sob diversos aspectos. O transporte elétrico é visto como elemento-chave na redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.


Veículos não movidos a combustão auxiliam nos programas que planejam os municípios frente às mudanças climáticas. Se já têm sido uma tendência natural, bom será que os gestores municipais estimulem seu uso. Além disso, reduzem congestionamentos e encurtam o tempo dos deslocamentos, fatores de estresse permanente em regiões como a Baixada Santista.


Planejar as cidades para essa nova realidade é lição de casa das mais urgentes, pois a convivência harmoniosa entre todos os modais depende não só de legislações apropriadas como de fiscalização e, eventualmente, de uma engenharia de tráfego específica, que preveja, inclusive, pontos públicos eletrificados para recarga dos veículos.


Mobilidade urbana é, atualmente, um dos fatores mais relevantes quando se pensa em desenvolvimento e qualidade de vida. Não há tempo a perder.


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