Melhora gradual em 2021

A expectativa para 2021 caminha pelo lado positivo

Por: Da Redação  -  21/12/20  -  10:01

Em meio às notícias das últimas semanas que revelam a bagunça que tomou conta da gestão das vacinas contra a covid-19, a expectativa para 2021 caminha pelo lado positivo. Apesar da briga política centrada nos palácios (do Planalto x dos Bandeirantes) ainda poder gerar reveses para a população, a vacinação deve ser deflagrada pelo menos em janeiro ainda que de forma bem tímida. Passada a rivalidade para ver quem inicia (ou erra) primeiro, fica difícil não acreditar que nas semanas seguintes a imunização chegará às camadas prioritárias, como idosos e pacientes de comorbidades, e depois trabalhadores essenciais, como profissionais médicos, policiais e professores. Esse movimento crescente poderá trazer um pouco de paz para que a população, empresas e os governos comecem a preparar a volta à normalidade. 


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Por isso, acredita-se que o próximo ano terá dois semestres bem diferentes. O primeiro, da chegada dos imunizantes e as primeiras impressões do tamanho de seus impactos, com uma economia ainda em mau momento e muitos riscos aos mais pobres, que já não terão mais o auxílio emergencial se o governo não adotar alguma alternativa. A União ainda estará com sérios problemas de caixa e sob forte pressão no Tesouro Nacional, que vai renovar a venda de centenas de bilhões de reais em títulos públicos. Além disso, tomam posse os prefeitos, que carregam sobre os ombros imensas cobranças. Porém, já é tradição o novo governo começar denunciando desmandos do antecessor, fazendo cortes e postergando promessas estrategicamente para o final de seu mandato.


A expectativa para o segundo semestre de 2021 é bem melhor que a do primeiro. Não deve haver a ilusão de que a vacinação será exemplar, porque o preparo dela neste final de 2020 está caótico. Atrasos também devem ocorrer porque há demanda mundial elevadíssima por imunizante e ainda não se sabe se os principais países desenvolvedores – Estados Unidos, Reino Unido e China – conseguirão atendê-la. Mas já haverá a continuidade de um programa de imunização com alguns meses de experiência e também estímulos à adesão dos receosos com a divulgação, espera-se, de poucos efeitos colaterais e queda da disseminação nas nações adiantadas com a vacinação. 


Apesar de um ano tão difícil, a cobertura vacina, principalmente no segundo semestre de 2021, se desenvolverá em uma economia sob patamares razoáveis. A inflação preocupa, mas a alta recente está relacionada à própria pandemia, que bagunçou a oferta de alimentos e insumos, por isso sendo considerada um problema temporário. A grande vantagem são as taxas de juros mais baixas. Sem remuneração satisfatória da renda fixa, o consumo e o investimento na produção poderão ser turbinados também pelo crédito mais barato e a poupança feita durante a crise da covid-19. Porém, tratando-se de Brasil, surpresas sempre podem aparecer pelo caminho.


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