Mais vacina à vista com a importação de insumo

Governo do Estado vai importar 8 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) do laboratório SinoVac

Por: Redação  -  22/07/22  -  06:15
Governo do Estado vai comprar insumo do laboratório chinês SinoVac
Governo do Estado vai comprar insumo do laboratório chinês SinoVac   Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

O Governo do Estado está correto ao se decidir pela importação de 8 mil litros do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), do laboratório chinês SinoVac. O IFA será utilizado na produção de 10 milhões de doses da CoronaVac para atender as crianças de três e quatro anos. A decisão é de extrema importância porque este foi o imunizante autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa faixa etária e os estados têm apenas 1,2 milhão de unidades em estoque. Por esse motivo, o Ministério da Saúde recomendou às prefeituras que deem prioridade aos imunodeprimidos, depois a idade de quatro anos e, em seguida, três.


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Para a importação do IFA, o Palácio dos Bandeirantes determinou o uso de recursos do Instituto Butantan. A medida é uma decisão de risco para o Estado, que confia no Ministério da Saúde para incluir essa vacina no Plano Nacional de Imunizações (PNI). Por meio do PNI, a pasta federal é responsável por adquirir e distribuir os imunizantes de qualquer origem para os estados, incluindo AstraZeneca, Pfizer e Janssen. O próprio ministério afirmou nesta semana que está em tratativas com o Butantan para encomendar mais doses.


Mas se vê uma falha grave do PNI deixar os estoques da CoronaVac minguarem em todo o País enquanto já se sabia que a Anvisa avaliava o uso do imunizante chinês para crianças de três e quatro anos. Aliás, já se percebia uma política de não mais comprar a CoronaVac do Butantan – o Governo Federal fez a última encomenda da vacina em outubro e o órgão paulista realizou a entrega final em fevereiro.


Segundo reportagens, isso levou o Butantan a paralisar a produção da CoronaVac. O País já conta com autonomia para fabricar o IFA e as doses da AstraZeneca na Fiocruz, no Rio de Janeiro, mas a experiência com a covid-19 indica que é fundamental contar com múltiplos fornecedores, até porque o coronavírus continua produzindo variantes e a cada quatro meses são necessárias aplicações de reforço.


Além disso, a CoronaVac enfrentou a rixa política do Governo Federal com o então governador João Dória e o negacionismo dos antivacinas. Apesar do sucesso das campanhas de imunização, com a queda acentuada das internações e mortes, os fóruns de debates nas redes sociais ainda estão repletos de comentários estapafúrdios contra a vacinação. O melhor remédio é propagar a informação verdadeira e manter as imunizações sem interrupção ou falta de doses.


Segundo A Tribuna publicou nesta quinta (21), pelo menos 50 mil crianças de três e quatro anos devem ser vacinadas contra a covid-19 na região (faltam dados de Cubatão, Mongaguá e Peruíbe). Por aqui, a imunização dessa faixa etária deve começar apenas em agosto, porque não há estoque e, segundo o governador, o IFA deve chegar em apenas algumas semanas. Valeria a pena as prefeituras consultarem outras regiões do Estado para tentar algumas doses para atender pelo menos as crianças imunodeprimidas.


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