Mais segurança

À população e aos comerciantes, basta ficar com os prejuízos decorrentes dos crimes, mas não cabe deles exigir soluções

Por: Redação  -  05/05/22  -  06:49
  Foto: Pixabay

A reabertura plena do comércio de rua, após dois anos de restrições por causa da pandemia da covid-19, vem trazendo dissabores aos comerciantes, já fortemente impactados pela queda no poder aquisitivo da população e nas perdas com lojas fechadas. Diariamente, a mídia noticia episódios de roubos e furtos a lojas de rua, e também a supermercados, postos de combustíveis, farmácias e toda sorte de estabelecimento que mantêm portas abertas durante o dia.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Com algumas exceções, percebe-se que a maioria dos delitos diz respeito a quadrilhas e indivíduos armados que agem rápido, sem muito requinte ou estratégia, suprimem de prateleiras e caixas registradoras o que conseguem, e fogem rapidamente. As exceções também existem, como a registrada na madrugada de ontem, em Guarujá, quando bandidos armados entraram em uma agência bancária e tentaram explodir três caixas eletrônicos. A chegada da polícia, com troca de tiros, frustrou a iniciativa da quadrilha. Em Vicente de Carvalho, outro bando tentou invadir duas lojas.


A sensação de que episódios assim têm sido mais frequentes desde a retomada das atividades comerciais de rua se sustenta em números. Segundo estatísticas divulgadas mensalmente pela Secretaria da Segurança Pública, a modalidade ‘furtos’ vem crescendo na região. Em Santos, por exemplo, foram 441 casos em janeiro, 500 em fevereiro e 519 em março. Roubos de veículos também saltaram de cinco, em janeiro, para dez em fevereiro. Outros tipos de roubo também tiveram alta: de 117 em janeiro para 237 em março. Em Guarujá, os furtos saltaram de 304 em janeiro para 331 em março. Em São Vicente, a modalidade ‘furtos’ saiu de 319 em janeiro para 430 em março. Se se considerarem todos os furtos ocorridos nos municípios da Baixada Santista e Vale do Ribeira, os dados partem de 2.862 em janeiro para 3.032 em março.


Prejuízos materiais são sempre significativos para quem vive do comércio, ainda mais depois de dois anos com portas fechadas, mas é preciso contabilizar outras perdas decorrentes da ação dos bandidos - isso para não pontuar, aqui, as ações que resultam em mortes ou pessoas feridas. Entre os demais prejuízos, está o permanente estado de tensão a que ficam submetidos tanto os empresários como a clientela, já que os bandidos não guardam escrúpulos ou intimidação com a presença de consumidores.


É legítimos às autoridades dizer que não há condição de alocar um guarda ou policial para a porta de cada estabelecimento ou espaço público, mas essa é uma questão que precisa ser resolvida pelos próprios poderes constituídos. Se não há condição de destacar um homem para cada lugar, que outros caminhos são possíveis? Que tecnologias serão usadas para coibir, rastrear, prender e punir os criminosos? À população e aos comerciantes basta ficar com os prejuízos, mas não cabe deles exigir soluções.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver todos os colunistas
Logo A Tribuna