Mais linhas para a habitação

Oferta de crédito imobiliário no Brasil em relação ao PIB ainda continua menor do que em outros países

Por: Redação  -  27/09/21  -  06:31
 Mais linhas para a habitação
Mais linhas para a habitação   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O mercado imobiliário brasileiro enfrenta dois desafios para este e o próximo ano – um deles é se manter em expansão mesmo com o impacto da alta dos custos dos materiais da construção, de 16,7% em 12 meses, conforme A Tribuna publicou no sábado. Empresários entrevistados afirmaram que o repasse da inflação dos insumos na prática ainda não se deu, mas em alguma hora terá que acontecer.


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O outro desafio é manter acelerado o crédito da habitação em meioàsubidada taxa Selic, que saltou de 2% aoanoemjaneiro para 6,25% agora e pode superar 8% em dezembro. Inflação e juros em alta resultam em uma combinação péssima tanto para o empresário como para oconsumidor,fazendovaler mais a pena deixar o dinheiro no banco do que arriscar na atividade produtiva ou comprometer uma parte maior do salário com o crédito mais caro.


Considerando a falta de moradias para a baixa renda, o desemprego e endividamento das famílias, o governo precisa incrementar sua política habitacional. Os bancos ampliaram a oferta de crédito, mas atendem apenas uma parte do País. O programa Casa Verde e Amarela e a linha sustentada pelo FGTS não dão conta do problema da casa própria do País.


Por isso, o momento é de apoiar a expansão do crédito imobiliário, seja do lado governamental ou privado, de forma sustentada. Conforme reportagem do caderno Mercado Imobiliário de A Tribuna, pelo menos na semana anterior àúltima revisãoda Selic (dia 22), as linhas dos principais bancos não estavamseguindooritmo dos juros básicos – algumastaxas estacionaram, outras subiram e uma caiu, talvez como efeito da concorrência.


Atéagosto,estatísticas indicavam que o mercado imobiliário continua em expansão por uma conjunção de fatores, como demanda reprimida de casa própria que vem desde a crise do Governo Dilma Rousseff. Ou ainda, as famílias com poupança acumulada na pandemia, os juros básicos ainda baixos se comparados comohistóricodoPaís eimóveis com bom estoque e preços atraentes devido à crise seguida de estagnação a partir de meados dos anos 2010.


O setor bancário até lançou novas linhas, que agora perdem sentido com a inflação e Selic ascendentes, como o crédito corrigido pelo IPCA ou a caderneta de poupança (a rentabilidade da poupança equivale a 70% da Selic). De qualquer forma, persistem as linhas tradicionais, pela TR ou FGTS, para atender as famílias neste momento.


Entretanto,aoferta de crédito imobiliário do Brasil aindacontinua bemmenor do que em outros países. NoBrasil,aproporção desses empréstimos da habitação sobre o Produto InternoBrutoerade 10% em 2018, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mas acima de 50% nos EUA, Reino Unido e Holanda. É fundamentalaoBrasil continuar avançando nesse campo. Além de resolver um problemasocial,osetor da construção ajudaria a mover a economia aumritmomais forte.


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