Jovens na mira do vírus

Felizmente, o número de infecções entre idosos está em queda mais acentuada, indicando que a vacina é muito efetiva

Por: Redação  -  24/06/21  -  06:21
  Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

Com o avanço da imunização, o novo coronavírus agora contamina mais a faixa etária dos 30 aos 49 anos na região, o que exige de imediato uma readequação das estratégias das autoridades sanitárias e muita conscientização desses grupos hoje mais visados. Essa mudança de perfil está no balanço realizado por A Tribuna com cinco prefeituras – Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Peruíbe (as demais não responderam a tempo). Como exemplo, em Santos, essa população dos 30 aos 49 anos foi responsável por 40,2% dos casos em abril e por 42,6% em maio.


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Por outro lado, esses dados mostram como foi acertada a iniciativa do Governo do Estado de antecipar a imunização dos mais jovens. Como esse público circula mais devido à natureza de seus empregos e até por aglomerações e reuniões de amigos, fica o risco de contaminação e morte dos pais e avós, mesmo que vacinados.


Felizmente o número de infecções entre idosos está em queda mais acentuada, indicando que a vacina após as duas doses é muito efetiva. Por exemplo, em São Vicente, os maiores de 60 anos eram responsáveis por 21% dos casos e 73% dos óbitos entre 20 de março e 20 de junho do ano passado. Em igual período de 2021, a participação dessa faixa caiu, respectivamente, para 16% e 60%.


Os dados são bem claros e precisam ser continuamente divulgados pelas prefeituras para combater o negacionismo ou medos que ainda existam em relação às vacinas. A ampla informação é fundamental à medida que a imunização avança, considerando os contextos do Chile e do Uruguai, de alguns estados americanos e até mesmo do campeão da vacinação, Israel. No caso dos dois países da América do Sul, que são exemplos de sucesso na aplicação das doses, houve um ressurgimento das contaminações e a conclusão inicial é de que as medidas de restrição foram afrouxadas muito cedo, enquanto ainda havia circulação do novo coronavírus. Como a característica dele é uma impressionante rapidez para se multiplicar, veio a brecha e o ciclo de infecção se restabeleceu.


Em relação a Israel, o que impressiona é que, mesmo com 55% da população vacinada com as duas doses, o país registrou na terça-feira 125 casos de covid-19. O número é ínfimo em relação ao Brasil, mas acendeu o alerta por lá por se tratar do maior registro em quase dois meses. Em Israel, a contaminação, chamada de “novo surto”, mostra que a variante Delta tem potencial altamente infeccioso. Essa cepa, que foi identificada pela primeira vez na Índia, já está presente em 92 países e gera grande temor de terceira onda na Rússia, onde uma fatia numerosa da população resiste à vacina.


Os exemplos do exterior preocupam e se pode concluir que a vacina – sozinha – não vai conseguir cercar a covid-19. Uso de máscara e álcool gel, cuidado no contato social e medidas restritivas nos momentos de maior risco continuarão sendo necessários por bom tempo.


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