Filmes que se repetem
O episódio de Recife só mostra que tragédias ocorrem em áreas de risco, e esse é um dos maiores desafios da região
![Tragédias, como a que aconteceu em Petrópolis, têm sido comuns no Brasil](http://atribuna.inf.br/storage/Opinião/Editorial_A_Tribuna/censurado3072715812830.webp)
Mais de 80 mortos, praticamente quatro mil desabrigados, 56 desaparecidos e ao menos 32 mil famílias vivendo em áreas de alto risco na Grande Recife (PE). Em fevereiro, as chuvas que atingiram a região serrana de Petrópolis (RJ) deixaram mais de 250 mortos e ao menos mil desalojados.
O verão deste ano acabou com 50 pessoas mortas em decorrência das chuvas no Estado de São Paulo, o dobro do registrado na estação no ano passado, segundo dados contabilizados pela Defesa Civil de São Paulo na Operação Chuvas de Verão, realizada todos os anos de 1º de dezembro até 31 de março para reduzir os danos de inundações e deslizamentos.
Em outros estados, como Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro, os eventos climáticos também causaram caos neste verão, com mais de 380 mortes no total e centenas de milhares de desabrigados, incluindo Petrópolis. A grande maioria dos deslizamentos ocorreu em áreas de risco, onde centenas de milhares de famílias vivem em condições irregulares, sujeitas a todo tipo de evento climático, que tem se tornado mais intenso ano após ano.
Notícias assim foram frequentes nos
Estudos feitos a partir de imagens de satélite apontam que quase 500 mil pessoas vivem em áreas de risco na Baixada Santista, em habitações irregulares construídas no pé e no alto dos morros, sobre palafitas, mangues e áreas de proteção ambiental. Em maior e menor grau, todos estão em variadas situações de vulnerabilidades, inclusive ser varrido pelas chuvas.
Este jornal tem feito inúmeras reportagens e encontros jogando luz sobre esse que é um dos principais desafios dos gestores municipais, estaduais e federais. Erradicar as habitações irregulares não é apenas uma questão de oferecer moradia digna às famílias carentes. É, também, reduzir gastos com saúde e prevenir ou eliminar o risco de tragédias como as que têm sido vistas em todo o País.