Em busca dos não vacinados

Patamar elevado de não vacinados pode manter uma população ainda suscetível às infecções pelo novo coronavírus

Por: Redação  -  26/09/21  -  06:41
  Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Bertioga

Nas últimas semanas, os brasileiros têm sido bombardeados por uma série de notícias relacionadas às vacinas. Entre elas, as doses de reforço aos idosos para dar um impulso às defesas do organismo e a recomendação do Ministério da Saúde para não imunizar adolescentes com a Pfizer – contestada e não acatada de pronto por prefeitos, governadores e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o Governo Federal recuando poucos dias depois. Ou ainda as cidades da região que decidiram seguir o Governo do Estado e antecipar de 12 para oito semanas o intervalo da segunda dose da Pfizer. São eventos que se consumam em um momento crucial da vacinação, com percentuais mais expressivos de imunizados – acima de 50% com duas doses ou única no Estado, no caso de Santos, 63%, e até de 74% em Santo André. Com percentuais de coberturas mais elevados, é neste momento que se deve começar ir atrás dos faltosos displicentes ou negacionistas que não pretendem se imunizar. Trata-se de um levantamento importante, pois um patamar acentuado de não vacinados pode manter uma população mais suscetível às infecções pelo novo coronavírus, mantendo-o em circulação e com possibilidade de mutações perigosas.


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Pesquisas já mostraram que mais de 80% dos brasileiros pretendiam se vacinar, bem mais do que a faixa dos 50% a 60% de russos, alemães e franceses no começo do ano. Mesmo assim, é de fundamental importância reforçar o trabalho de convencimento sobre os relutantes em se vacinar ou tomar a segunda dose. Nesse grupo há pessoas que creem em teses fantasiosas sobre as vacinas ou que simplesmente não vão ao posto de saúde por achar que o pior já passou e não se deve perder tempo com isso. A única forma de lutar contra esses comportamentos é investir na informação. Há algumas campanhas, mas sem uma direção única e de massa, contundente e incisiva. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no início de sua gestão, pregava o uso da máscara e a imunização, destoando da imagem do governo, mas ultimamente se concentrou mais em desafiar os estados em questões ligadas à vacinação. De ambos os lados, vê-se uma disposição pelo confronto político, ainda mais com a aproximação do período eleitoral.


Entretanto, é preciso parar com tantas medidas desencontradas, muitas essenciais, mas sem um discurso unificado. O ideal em uma crise sanitária seria os entes da federação se sentarem, ainda que adversários na política, para decidir tecnicamente a medida que vai ser tomada. Não essa confusão de informações que se tem hoje, inclusive com decisões que são seguidas por um município e postergada por outro, ou ainda os estados aguardando a posição da Anvisa porque há um distanciamento com o Ministério da Saúde, em meio a uma enxurrada de críticas dos profissionais mais renomados da área médica. E nessa arena, o cidadão fica perdido, sem receber a orientação que merece.


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