Ele, o voto

É só mesmo pelo exercício desse direito de ser cidadão que bons governos poderão se formar ao longo do tempo

Por: Da Redação  -  15/11/20  -  10:07
Atualizado em 15/11/20 - 10:29

Não é o voto que garante um bom governo, assim como também não é o voto que encerra, por si só, a tarefa completa do exercício da cidadania. Mas o voto é o começo de tudo, é o símbolo máximo do livre arbítrio que todo indivíduo tem de escolher quem vai representá-lo nas instâncias do governo. Hoje, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, essas instâncias respondem pelo nome de Câmara dos Vereadores e Prefeituras. 


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Da campanha das Diretas-Já até aqui, quase quatro décadas já se passaram, mas ainda estão bem presentes na memória dos maiores de 50 anos aquelas imagens do povo na rua, em um movimento civil espontâneo e plural, pedindo eleições diretas para presidente da República. As pessoas queriam votar, queriam ter o direito de escolher seus candidatos, queriam ouvir suas propostas e poder debatê-las nos círculos familiares, nas universidades e escolas.


De 1983 para cá, muitos outros movimentos se sucederam na jovem democracia brasileira, despertando toda sorte de sentimento: da esperança ao medo, da decepção à constatação das fragilidades do processo político. O País deu muitos passos para trás e outros tantos para frente, em uma dinâmica típica de uma nação que ainda carece de ferramentas jurídicas mais ágeis ou talvez mais objetivas ou talvez menos suscetíveis ao comando de quem está no poder. Ou, ainda, fruto de uma legislação que permite a proliferação de tantos quantos forem os partidos que se quiserem criar. 


Parte dessas constatações dependerá da vontade política para mudar as leis, mas uma outra parte - e talvez a mais significativa - não depende de mais nada ou ninguém se não do próprio cidadão. E essa é a parte da história cuja execução pode e deve ser mais eficiente que qualquer outra correção.


O voto é o símbolo máximo da democracia, mas é apenas um elemento em uma lição de casa que não deve ser feita apenas de dois em dois anos.


O mesmo ímpeto que marcou o movimento que se viu nas ruas em 1983 e 1984, pedindo o voto direto, deve se perpetuar ano após ano. Escolher um candidato significa dar a ele passe livre para que goze de salários, verbas e poder bancados pelo povo. Deve ser cobrado por isso pelos quatro anos em que exercer esse mandato. A parte boa da jovem democracia brasileira é constatar que, hoje, dezenas de ferramentas permitem esse acompanhamento sem sequer sair de casa. Portais de transparência, lei de acesso à informação, conselhos municipais e até mesmo entidades de bairro facilitam ao cidadão saber a quantas anda o mandato do político que ajudou a eleger.


Não é tarefa simples exercer a cidadania. Não é fácil ser um cidadão pleno em um país onde proliferam escândalos e uso indevido do poder. Mas é só mesmo pelo exercício desse direito de ser cidadão que bons governos poderão se formar. Hoje é dia de votar. Mas a partir de 1 de janeiro, todos os dias serão para acompanhar quem ajudamos a eleger.


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