Educação, um conceito

A velocidade da tecnologia é positiva e promissora, mas precisa vir acompanhada de curadoria na educação

Por: Redação  -  26/10/21  -  06:39
 Inclusão digital na área da Educação
Inclusão digital na área da Educação   Foto: Divulgação

Não têm sido poucas as iniciativas que têm por finalidade ampliar a inclusão digital, permitindo que redes de wi-fi e aparelhos conectados a elas sejam disponibilizados a toda a comunidade, especialmente aos mais pobres, em geral privados de pacote de dados ou celulares modernos para que aplicativos e programas sejam baixados. A pandemia escancarou o tamanho dessa exclusão, ao se constatar que ao menos um terço dos estudantes regularmente matriculados no Estado de São Paulo ficaram fora das atividades remotas por falta de condições estruturais. Para esses, a saída foi continuar entregando cartilhas, cadernos e livros.


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O universo web é um caminho sem volta e não só na Educação, mas em todos os segmentos e processos da sociedade contemporânea. Há um debate, porém, que vem ficando fora ou em segundo plano: como ensinar crianças e jovens a extrair a melhor seleção e identificar a origem e a veracidade das informações consumidas, como formar leitores críticos da mídia, para que continuem construindo uma sociedade democrática, com valores humanos.


Importante audiência pública foi realizada na última sexta-feira, promovida pelo deputado estadual Caio França (PSB), sobre educação midiática. O ponto focal dos debates, que reuniram cinco profissionais ligados ao tema: a internet democratizou o acesso às informações, mas é preciso curadoria, que não cabe apenas à escola, mas também à família. “Informar-se com qualidade é fruto da educação midiática. O risco não é só com fake news, mas com a informação mal apurada, distribuída descontextualizada, sem todos os lados ouvidos. Isso tudo é risco para a democracia, disse Alexandre Le Voci Sayad, copresidente do Comitê Diretor Internacional de Alfabetização Midiática e Informacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).


A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê várias oportunidades de inserir a educação midiática no currículo, porque falam de competências, habilidades, atitudes e valores essenciais: fluência digital, desenvolvimento do pensamento crítico, empatia e cooperação, responsabilidade e cidadania, entre outras.


Diferente de décadas atrás, quando o conhecimento era extraído em bibliotecas e enciclopédias físicas, a internet expandiu os canais e também gerou centenas de milhares de novas fontes de informação. A falta de filtros é um risco, porque se está falando de gerações sendo formadas a partir desse cenário.


A velocidade da tecnologia, com inteligência artificial substituindo em larga escala tarefas até então humanas, pode ser boa e promissora, mas deve vir acompanhada de um pensamento reflexivo por parte da sociedade, especialmente dos educadores. Todas as novas ferramentas precisam continuar a serviço de valores humanos e inclusão. Ainda é tempo de estabelecer esse debate.


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