Editorial: A importância do Mercado Municipal de Santos

A experiência nas outras cidades é de um demorado processo de recuperação e da gestação de vocações econômicas

Por: Redação  -  11/07/22  -  06:34
Plano da Prefeitura é reformar o Mercado Municipal até 2024
Plano da Prefeitura é reformar o Mercado Municipal até 2024   Foto: Carlos Nogueira/AT

Um dos pontos de referência da região central santista, o Mercado Municipal passará até 2024, conforme indica o plano da Prefeitura, por uma renovação há muito tempo cobrada. Caso o projeto atinja o patamar esperado, ele ganhará funções artísticas e turísticas e de prestação de diferentes segmentos de serviços, além da vocação tradicional alimentícia.


Entretanto, o mercado foi alvo de inúmeras promessas de restauração e modernização de seu uso e muitas propostas foram aventadas, mas nada impediu sua progressiva decadência. Porém, é preciso acreditar que esta será uma chance de promovê-lo e de tirar realmente as ideias em prol dele do papel.


As obras do Mercado Municipal receberão R$ 5,3 milhões do Fundo de Desenvolvimento Urbano do Município de Santos (Fundurb), por meio de um termo de compromisso de medidas compensatórias com a empresa Compass. Segundo o plano da Prefeitura, o investimento não se resume a apenas recuperar as instalações do Mercado.


A Tribuna publicou na sexta-feira (8) que, depois da primeira etapa de reparos na edificação (desde a recuperação das esquadrias metálicas e das marquises até a iluminação na fachada), a segunda fase cuidará do mix de comércios e serviços em seu interior, como peixaria, hortifrútis, gastronomia, artesanato, salão de beleza e estúdios de tatuagem e piercing.


Já a terceira parte será voltada ao entorno do prédio, como estacionamento, calçadão, estação do VLT e um centro de cinema voltado para a produção. Neste ponto é que o plano de restauração do Mercado Municipal será mais delicado, porque há uma grande área degradada na vizinhança, com construções particulares deterioradas e toda uma região que precisará ter a segurança reforçada, além de uma cuidadosa manutenção da limpeza e da infraestrutura urbana.


A experiência nas outras cidades, com mercados municipais ou outras atrações históricas, é de um demorado processo de recuperação da imagem e da aquisição de novas vocações econômicas. Por isso, será preciso que a atual gestão deixe bem delineado seus planos, até para que eventuais sucessores invistam progressivamente em melhorias na região central. No fim das contas, as próprias famílias que moram na Vila Nova, Paquetá e Centro poderão sair ganhando com mais opções de emprego nas redondezas de onde vivem.


Aliás, há um importante plano para levar habitações para o Centro santista, que tem seu primeiro resultado prático com um retrofit de um edifício comercial para fins de moradia. Também é necessário que avance a ideia de investir em habitação popular subsidiada, que depende de recursos federais, uma fonte que está praticamente parada por falta de verbas desde o Governo Dilma. O importante é que essa parte de Santos ganhe novos ares, principalmente porque a Cidade tem um preço do metro quadrado elevado e nenhuma região santista pode ficar ociosa.


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