Cresce a tensão no Oriente Médio

Irã promete vingança implacável, enquanto presidente Donald Trump faz ameaças, e mencionou que 52 alvos iranianos estariam na mira dos norte-americanos

Por: Da Redação  -  07/01/20  -  19:33

O ataque realizado pelos Estados Unidos contra o Aeroporto de Bagdá, no Iraque, provocando a morte do principal comandante militar do Irã, major-general Qassim Suleimani, aumentou a tensão na região, com risco efetivo de retaliações e ataques sucessivos. O Irã promete vingança implacável, enquanto o presidente Donald Trump faz ameaças, e mencionou que 52 alvos iranianos estariam na mira dos norte-americanos.


A escalada mundial do conflito está, por enquanto, descartada. Mas as consequências serão graves, uma vez que, no plano militar, aumentou a mobilização de tropas para o Oriente Médio, e no plano econômico há preocupações com o preço do petróleo, que pode subir no mercado internacional.


Guerras devem ser evitadas a todo custo. O sacrifício de vidas humanas provocado por conflitos armados que se prolongam é grande. As disputas entre Estados Unidos e Irã vêm crescendo desde que, em 2018, o presidente Trump retirou os EUA do acordo nuclear firmado no governo Obama. Em seguida, foram adotadas sanções econômicas contra o Irã, que retaliou com ações de fortalecimento de seu arsenal nuclear.


O presidente norte-americano tem se caracterizado por ações erráticas em seu governo. Fez duras ameaças ao governo da Coreia do Norte, mas não as consumou, tendo chegado a encontrar-se com o líder Kim Jong-Um e firmar acordos, que vêm oscilando dos dois lados.


O tom belicoso na guerra comercial com a China, com anúncio de aumento de taxações dos produtos chineses nos Estados Unidos, foi interrompido e entendimentos promovidos, trazendo alívio ao mercado financeiro internacional.


Em junho, quando o Irã abateu um drone americano, Trump chegou a determinar que as forças armadas atacassem instalações militares do país, mas recuou no último momento. Da mesma forma, em setembro, quando houve ataque às instalações da petrolífera Aramco, na Arábia Saudita, atribuído aos rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, esperava-se alguma reação militar americana, em defesa do aliado saudita, que não aconteceu.


Mas agora houve ações de milícias xiitas contra uma base militar dos EUA no Iraque, com a morte de um americano, e subsequentes protestos que confinaram diplomatas americanos em Bagdá. A reação ocorreu, mas são incertos os passos seguintes, que irão depender da resposta iraniana.


Não se vislumbram sinais de negociação ou alívio do atual clima. Trump segue com sua retórica agressiva, que pode crescer no ano eleitoral; o Irã desafia o poder dos EUA há muito tempo: a força Quds, elite da Guarda Revolucionária, comandada por Suleimani, apoiou Assad, na Síria, e a milícia Hizbullah que atua no Líbano, além de treinar grupos no Iraque para enfrentar as tropas americanas.


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