Assuntos urgentes a resolver

Avolumam-se projetos ou temas importantes que se arrastam em prejuízo ao País, impactando a vida dos brasileiros

Por: Redação  -  08/09/21  -  06:46
  Foto: Pixabay

Conforme avança o semestre, avolumam-se projetos ou temas importantes que se arrastam em prejuízo ao País, causando impactos na economia, na condição de vida dos brasileiros mais pobres ou mesmo na área ambiental. O foco do Palácio do Planalto ao embate com os outros poderes, em especial o Judiciário, gera ruídos com reflexos na base aliada, que fica órfã na defesa dos assuntos do governo. A principal prioridade é a vacinação contra a covid-19. Ela se aproxima de uma hora crucial, com os indicadores da doença em recuo, a ameaça da variante Delta e sinais, ainda sob discussão científica, de que os imunizantes perdem eficácia ao longo do tempo e precisam ser reforçados. Esse contexto traz imensa responsabilidade, com muitos gastos e uma estratégia de imunização que pode chegar ao próximo ano, em pleno período eleitoral.


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Há ainda uma outra questão emergencial, que exige um tratamento mais contundente do governo – a crise hídrica, com possibilidade de racionamento. O Ministério das Minas e Energia evita a todo custo admitir essa medida, mas os especialistas alertam que tal risco existe e que é importante estar preparado se as chuvas do verão, que começam a chegar em outubro, vieram fracas como se teme. A pasta lançou na semana passada um programa de economia de energia, mas até agora pouco se fala dele.


As outras missões imediatas passam pelo Congresso, o que é preocupante, porque o trânsito do governo entre os parlamentares está cada vez mais difícil, principalmente no Senado, onde há a CPI da Covid. Já a relação com o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), antes um aliado do Planalto, se deteriorou conforme o clima na Praça dos Três Poderes esquentou.


As atenções do governo sobre o Congresso se concentram em um conjunto de temas – a reforma do Imposto de Renda, os precatórios e o Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família. O projeto do IR enfrenta a pressão dos estados e municípios, que temem perder receita. Os precatórios, que são pagamentos da União com sentença judicial definitiva, dependem de uma negociação delicada com o Judiciário (que está no centro de uma crise política com o Executivo) para ter seu planejamento do próximo ano resolvido – são R$ 89 bilhões em jogo, cujo desfecho, o parcelamento, pode acabar com a confiança do mercado na austeridade fiscal. No final das contas, o texto do IR e a solução dos precatórios poderiam gerar sobra de caixa para melhorar os valores do Auxílio Brasil.


Ainda que o governo veja o programa de transferência de renda com viés eleitoral, ele é importante para milhões de brasileiros da baixa renda que enfrentam uma inflação persistente. Aliás, a alta dos preços também é uma prioridade. O combate oficial é do Banco Central, mas o governo precisa colaborar com o controle de gastos, um desafio, pois a pressão por recursos em período eleitoral é imensa, ainda mais quando parte dela vem da própria base, o Centrão.


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