As festas da virada e a covid

Cobertura vacinal e a queda de casos dão mais segurança e previsibilidade sobre o que fazer

Por: Redação  -  28/10/21  -  07:50
 Queima de fogos em Santos não será realizada pelo segundo ano consecutivo
Queima de fogos em Santos não será realizada pelo segundo ano consecutivo   Foto: Arquivo/AT

A decisão de flexibilizar a frequência às praias da região e de liberar os eventos de grande potencial de aglomeração típicos de fim de ano, como a queima de fogos do Réveillon, exige muita responsabilidade das autoridades. A tendência é permitir a presença na orla, mas sem a festa da virada, ainda que alguma prefeitura possa tomar medida diferente. De qualquer forma, o poder público precisa estimular o bom senso da população em relação à necessidade de circular e se divertir no verão sempre com cuidados contra o novo coronavírus. Se por um lado o aumento da cobertura vacinal completa e a queda acentuada da média de casos de covid-19 dão mais segurança e previsibilidade sobre o que fazer daqui para frente, o risco de transmissão da doença persiste. Basta observar os casos do Reino Unido, da Rússia e de regiões da China e Austrália. Esses países voltaram a registrar a circulação da doença, sendo que em alguns deles já havia afrouxamento do uso da máscara. Por outro lado, não há a gravidade verificada meses atrás.


Na última terça-feira, o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), que reuniu os prefeitos das nove cidades, decidiu liberar as praias para turistas e moradores no Ano-Novo sem controle de acesso. Já a realização da queima de fogos, uma festa de potencial de aglomeração de centenas de milhares de participantes, vai depender de uma nova avaliação no âmbito do Condesb. Entretanto, as cidades têm autonomia sobre esse tema e Santos, São Vicente, Guarujá e Bertioga já desistiram da festa. Mas Praia Grande ainda estuda a possibilidade de realizar a queima.


De qualquer forma, espera-se que as autoridades sanitárias municipais tenham participação definitiva nas estratégias e que os políticos não decidam de forma afobada. A diretora do Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS-4), Paula Covas, do Governo do Estado, alerta para o risco das aglomerações de festa aberta e sem controle propiciarem o aumento das infecções pela covid-19.


O que deve ser considerado é que a cobertura vacinal não é uniforme na região, lembrando que deverá haver uma circulação de moradores de uma cidade para outra, além dos próprios turistas do Interior. Enquanto em Santos e Itanhaém os completamente vacinados superam a marca dos 70%, São Vicente, Guarujá, Mongaguá e Cubatão estão abaixo de 60%.


A média de casos da Baixada está em queda, prova da efetividade dos imunizantes – Santos desativa amanhã o Hospital de Campanha Vitória, que deu alta à última paciente internada. Segundo a Prefeitura, a ocupação da rede está em 22% e se houver um aumento de infecções há leitos disponíveis ou até possibilidade de reabrir mais vagas rapidamente. Porém, a doença ainda circula e mata – a média diária é de cinco mortes n região. Por isso, as decisões precisam ser ponderadas para evitar que a covid-19 volte a se expandir.


Tudo sobre:
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver todos os colunistas
Logo A Tribuna