Acácio, Hospedaria...
Em 2023 faz dez anos que a escola da Vila Nova fechou. Vazio, prédio tem capacidade e localização para diversos usos
Entre garantir à população serviços de saúde, educação, segurança e assistência social, construir habitações populares e melhorar a mobilidade urbana, é compreensível que cuidar de imóveis antigos não seja prioridade zero no ranking dos orçamentos ou programas de governo. Porém, também é sensato dizer que, em alguns casos, o tempo decorrido da não-manutenção e a falta de planejamento acabam encarecendo fortemente qualquer projeto de recuperação - às vezes, até inviabilizando sua execução por completo.
Santos tem exemplos assim, tanto de locais onde a recuperação e revitalização já se tornaram praticamente inexequíveis, como de imóveis apenas parcialmente degradados, onde ainda é possível dedicar tempo e esforço público para dar-lhes nova utilidade.
A Escola Acácio de Paula Leite Sampaio, no bairro Vila Nova, em Santos, é exemplo do segundo grupo, quando ainda é possível recuperar sem onerar tanto os cofres públicos. A escola fica em um das regiões mais carentes de espaços públicos para lazer, cultura e entretenimento, mas no próximo ano completará dez anos de fechamento.
A Prefeitura encerrou os tradicionais cursos da unidade e transferiu sua posse para o Centro Paula Souza com o propósito de ali ser criada uma escola técnica, que nunca saiu do papel. O prédio voltou para o guarda-chuva da Prefeitura que, em 2019, o transferiu para a Câmara de Santos, que ali instalaria sua TV e Escola do Legislativo, duas excelentes iniciativas, mas que ainda não decolaram naquela local.
Cuidar do patrimônio de uma cidade não é tarefa fácil ou barata, mas é preciso colocá-la como lição de casa permanente e necessária. Em uma cidade turística e histórica como Santos, manter esses espaços minimamente cuidados e em funcionamento é cartão-postal dos mais valiosos.