Acabam os treinos, começa o jogo

Alienar-se do debate político não fará do Brasil um país melhor a partir de 2023. Pelo contrário

Por: Redação  -  01/08/22  -  06:49
  Foto: José Cruz/Agência Brasil

Agosto começa e a contagem regressiva para o 2 de outubro também. Faltam dois meses para as eleições gerais do País e parte dos partidos políticos já realizou suas convenções. No período pré-eleitoral, tudo que o eleitor viu foram ataques às urnas eletrônicas, políticos anunciados como candidatos apenas para valorizar o passe e, logo em seguida, coligar-se com outros, debates acalorados nas redes sociais, ofensas e ameaças ao sistema eleitoral. Tudo faz parte do jogo, embora algumas novidades tenham surgido nesse campo de batalha e permanecido até o presente momento, como o questionamento sobre a segurança e lisura das urnas eletrônicas. Espera-se que, nesse quesito, a temperatura abaixe e náo se transforme em fervura inconsequente.


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Dia 5 de agosto, próxima sexta-feira, é o prazo final para que os partidos realizem suas convenções e definam os nomes que estarão nas urnas em outubro. Os nomes devem ser registrados até dia 15. A partir do dia 16, candidatos, partidos, federações e coligações estão liberados para divulgar suas campanhas, distribuir material gráfico e usar a mídia impressa para anúncios pagos. No mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral no lugar de Edson Fachin. É possível que, a partir desse momento, se intensifiquem os ataques por parte do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral e a ele próprio, Alexandre de Moraes, sabidamente desafeto do atual ocupante do Palácio do Planalto. Relator da CPI das Fake News, Alexandre de Moraes deve manter sua artilharia apontada para os que distribuem notícias falsas, especialmente nas redes sociais. Especialistas acreditam que essa será uma estratégia amplamente utilizada por todas as correntes ideológicas.


E qual o papel do eleitor nessa profusão de datas, nomes e calendários? Esse é o ponto alto da corrida eleitoral. Muito se tem falado e acompanhado o dia a dia dos candidatos aos executivos, em especial à Presidência da República. Pesquisas eleitorais dão pistas de que será um embate acirrado entre os dois candidatos que polarizam fortemente nessa campanha, Lula e Jair Bolsonaro. Porém, importante ter em mente a escolha dos ocupantes de cargos proporcionais, assembleia legislativa, Senado e Câmara Federal. Tudo passa pela aprovação de deputados e senadores: do orçamento às alterações em dispositivos da Constituição, de reformas estruturantes à aprovação da criação de comissões de inquérito. A Câmara dos Deputados, em especial, tornou-se o centro das atenções e decisões, foco de agrupamentos pró e contra o atual governo, palco de negociações e partilha de interesses.


A julgar pelo que se viu até aqui, é de se esperar que os próximos dois meses não serão de águas calmas, e a dificuldade é identificar onde estão a verdade, a legitimidade, a franqueza na fala dos postualantes aos cargos em disputa este ano. Alienar-se desse debate não fará do Brasil um país melhor, então, é hora de mergulhar nesse universo, aprofundar-se nos planos de governo e tentar encontrar, minimamente, quem melhor representará o brasileiro a partir de 2023. Problemas e desafios não faltam, à espera de quem os resolva.


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