A difícil retomada do turismo

Tendência de alta é importante para gerar receita ao setor e atrair investimentos visando o verão

Por: Redação  -  15/08/21  -  06:13
  Foto: Matheus Tagé/AT

Um dos setores mais castigados pela pandemia, o turismo está há dois meses seguidos com suas atividades em alta, um sinal evidente do avanço da vacinação na população. De acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as atividades turísticas cresceram 11% em junho, chegando ao acumulado de 40% em dois meses. O percentual impressiona, mas é reflexo do efeito estatístico, pois a comparação se dá com bases bem prejudicadas pela pandemia – os dados atuais estão a um patamar 22% abaixo do que se verificava em fevereiro de 2020, último mês antes da covid-19 começar a parar a economia brasileira.


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A imunização estimula um número maior de brasileiros a viajar pelo País ou para destinos próximos, como os paulistanos que buscam o Litoral ou as estâncias do Interior. Deve-se observar que os epidemiologistas alertam que os dados de infecção pela covid-19, ainda que estejam em queda, são superiores ao que se verificava até meados do ano passado, o que exige muito cuidado nos deslocamentos e com os estabelecimentos turísticas visitados cumprindo as normas sanitárias contra a doença.


Ainda que o turismo esteja em baixa rotação pelas restrições sanitárias e com o próprio temor da população de se contaminar, essa tendência de recuperação é importante para garantir uma receita ao setor e atrair investimentos para aproveitar o movimento do verão, quando se espera que a covid-19 já esteja o mais controlada possível. A elevada capacidade de transmissão da variante Delta, em ascensão inclusive nos países com imunização mais avançada, gera muita preocupação e é preciso admitir que é um fator que poderá frustrar as previsões da retomada.


Entretanto, se a recuperação do turismo se repetir neste mês e no próximo já será um grande avanço para a Baixada Santista, onde esse ramo pode empregar no verão uma mão de obra numerosa que, com sua remuneração em recuperação, ajudará a fazer girar a economia regional mais rapidamente.


Entretanto, a situação do setor no País é tão difícil que a análise de suas perdas se tornou fundamental para entender seu desempenho. Pela nova estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que foi revisada para baixo, o dado é assustador – são R$ 395 bilhões perdidos desde o começo da pandemia, sendo R$ 161 bilhões no Estado.


O caminho para as atividades turísticas é bem difícil e o governo terá que oferecer estímulos para que os empresários do setor retomem os investimentos. A oferta de crédito se tornou estratégica até para que o segmento possa oferecer serviços a um bom preço na retomada - mas não haverá conquistas sem uma vacinação avançada e até a possibilidade de aplicar uma terceira dose, caso os estudos recomendem. Paralelamente fica o risco do que se vê hoje na China, com surtos regionais, o que vai exigir monitoramento constante.


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