Mulher que chamou passageiro de 'preto de senzala' e 'macaco' em Praia Grande sofre de esquizofrenia
De acordo com a irmã da suspeita, que foi presa, a situação constrangeu os familiares, que acharam que ela havia desaparecido
A mulher que foi presa em Praia Grande, no litoral de São Paulo, por ataques racistas a um passageiro de um ônibus, sofre de esquizofrenia. Essa é a versão apresentada pelos familiares da suspeita após ela chamar um homem de 'macaco fedorento' e 'preto de senzala'.
O caso ocorreu no último sábado (10) e gerou grande revolta entre os moradores da cidade. A ação foi gravada e, em determinado trecho, a mulher ofende com vários xingamentos, sem nenhuma razão aparente, o rapaz que estava acompanhado pela namorada.Na última segunda-feira (12), A Tribuna contou, em detalhes, como os ataques aconteceram.
"Macaco. Macaco fedorento. Tu não presta. Tu é preto da senzala. Crioulo fedido. Tira os óculos e vai catar papelão, vagabundo", chega a dizer para revolta dos outros passageiros que utilizavam o transporte público da cidade.
Nesta terça-feira (13), a auxiliar administrativa Jaciene Macedo, de 45 anos, que é irmã da suspeita, afirmou que a mulher sofre de esquizofrenia. "Ela tem um prontuário no Caps de Praia Grande e faz tratamento há mais de 10 anos. Ela mora com os meus pais, que são idosos e, no sábado, saiu sem dizer nada. Achamos que estava desaparecida. Procuramos por ela no domingo, em hospitais, e como não encontramos, fomos até a delegacia registrar o boletim. Foi lá que descobrimos. Ficamos surpresos e sofremos com isso", diz.
A suspeita foi solta em uma audiência de custódia mas, mesmo assim, terá que responder pelo crime. "Ela é realmente agressiva, mas toma medicamento. Ela tem vários surtos e várias vezes chamamos o SAMU. Está sendo muito difícil para nós. Ela vai responder por injúria racial, mas é uma pessoa doente. Veremos com advogados como prosseguir. Ficamos muito tristes e pedimos desculpas", finaliza.
