Novo cão farejador chega para ser ‘muralha’ contra as drogas no Porto de Santos

Uruk, um pastor belga de 3 anos, ajudou na apreensão de meia tonelada de cocaína

Por: Giovanna Corerato*  -  08/10/21  -  13:20
 Junto com outros dois cães farejadores, Uruk é treinado por profissionais da Alfândega
Junto com outros dois cães farejadores, Uruk é treinado por profissionais da Alfândega   Foto: Divulgação/Receita Federal

Uruk, uma das mais importantes cidades da Babilônia, era conhecida pelas suas gigantescas muralhas de 9 quilômetros de extensão. Com o mais novo cão farejador da alfândega do Porto de Santos, batizado com o mesmo nome da antiga cidade, não é diferente. A nova muralha atuante no combate aos ilícitos aduaneiros já estreou com a pata direita na última sexta-feira (1º), quando ajudou na apreensão de aproximadamente meia tonelada de cocaína que estava oculta em um carregamento de 3 mil sacas de açúcar acondicionadas em seis contêineres, cujo destino seria o Porto de Antuérpia, na Bélgica.


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O pastor belga malinois (nome em francês que se pronuncia malinoá) tem 3 anos. Ele fareja as cargas e contêineres em busca de substâncias ilícitas como cocaína, maconha, skank (um tipo de maconha mais potente que a comum), haxixe, LSD e ecstasy no complexo portuário santista.


O xerife de quatro patas passou por treinamento e seleção rigorosos durante aproximadamente cinco meses. Nesse período, o cão é apresentado aos odores das substâncias que o treinador associa a recompensas e brincadeiras. De acordo com especialistas, a raça de Uruk tornou-se a primeira escolha para o trabalho policial e militar, por conta de sua agilidade, faro aguçado e grande impulso de caça.


A Alfândega do Porto de Santos conta agora com três cães de faro: Uruk, Dexter e Dara. Todos esses cães são treinados e selecionados pelos profissionais do Centro Nacional de Cães de Faro (CNK 9) da Receita Federal, em Vitória, no Espírito Santo. Além dos testes de saúde, eles precisam ser analisados num período de 30 dias em critérios como tenacidade, concentração e interesse pela busca, de acordo com o analista da Receita Federal, Rogério Tenório.


Por ser um trabalho árduo, que exige grande habilidade e concentração do cachorro, muitos animais tendem a se aposentar cedo. “Quando ficam mais velhos, aparecem os primeiros problemas de saúde. Os cães gostam do trabalho. Para eles, é uma brincadeira, uma recompensa, quando algo é encontrado. Normalmente, eles são mantidos em atividade com diminuição gradual do tempo, porque podem ficar até deprimidos se pararem totalmente”, explica o analista.


De acordo com a Alfândega do Porto de Santos, os animais trabalham por cerca de seis anos. A qualquer sinal de que a atividade pode causar sofrimento ao cão, ele é aposentado.


Tenório afirma que os cães funcionam como guias. “Eles têm uma capacidade olfativa infinitamente maior que o ser humano. Quando treinados, conseguem perceber a droga com extrema facilidade”.


*Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão do professor Eduardo Cavalcanti e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.


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