Audiobooks ganham espaço durante a pandemia e vendas crescem 40%
Dados são do pelo Painel do Varejo de Livros no Brasil
A pandemia ajudou a fomentar o hábito de consumir audiolivros (os audiobooks), segundo especialistas do setor. A quarentena também foi boa para o mercado de livros. Só no segmento literário, houve acréscimo de 40% nas vendas entre janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020, segundo o Painel do Varejo de Livros no Brasil.
“O audiolivro se instalou de maneira assertiva no dia a dia dessas pessoas, que por muito tempo não conseguiam conciliar as atividades do dia a dia com a leitura, deixando-a de lado. É uma mudança tanto para os amantes da literatura quanto para pessoas que querem construir esse hábito”, explica a analista de marketing da TocaLivros, Ariany Cannone. A plataforma possui mais de 2,5 mil audiolivros e 20 mil e-books, entre eles obras gratuitas.
Os audiobooks são a versão em áudio de obras e livros impressos. Segundo Ariany, o avanço da tecnologia aliado à comodidade no acesso potencializaram esse mercado. “As pessoas começaram a buscar novas distrações e hábitos mais saudáveis para suas rotinas”, afirma.
Complementares
Segundo o livreiro José Luiz Tahan, fundador da Livraria e Editora Realejo, o audiolivro não veio para usurpar o lugar do livro físico. Ele descreve ambos formatos como completos um ao outro, e garante que a clássica versão de papel é inabalável.
“É importante que se leia e que se ouça livros, e que a literatura seja divulgada. Quanto mais consumo de conhecimento, menos radicalismos”.
Apaixonada por livros, a secretária Cristiane Oliveira, de 38 anos, fez um perfil nas redes sociais e compartilha indicações de livros em áudio e versões físicas. Ela possui uma parceria com a Editora Vestígio, que encaminha opções de livros todos os meses à leitora, que escolhe, lê e divide sua opinião sobre o conteúdo.
Desde 2015, Cristiane registra suas leituras na página. Na época, também passou a ouvir as variantes digitais das suas publicações preferidas. “As pessoas costumam gostar de ter o livro físico, têm muito apego. Não existe uma competição, a tendência é adicionar o audiobook e o livro na rotina. É um crescimento paralelo”, conta.
* Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão dos professores Marcelo Di Renzo, Tereza Cristina Tesser, Paulo Bornsen e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.