Jovem de Santos tem corrente do pai roubada dias após perdê-lo: 'Arrancaram ele de mim novamente'

Crime aconteceu na tarde desta terça-feira (8), na Praia do Gonzaga

Por: Carolina Faccioli  -  09/03/22  -  12:36
Atualizado em 09/03/22 - 12:41
Médica veterinária usava a corrente do pai desde a morte dele
Médica veterinária usava a corrente do pai desde a morte dele   Foto: Arquivo Pessoal

Menos de uma semana após perder o pai, uma médica veterinária, de 24 anos, teve a corrente guardada de recordação do genitor roubada na praia do Gonzaga, em Santos. Em conversa com A Tribuna, a jovem - que pediu para não ser identificada - conta que tentou segurar a joia com toda sua força, mas não conseguiu impedir a ação dos criminosos na tarde desta terça (8).


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Segundo a vítima, o assalto ocorreu por volta das 15h50, na altura da Praça das Bandeiras. Ela caminhava pela areia da praia quando foi abordada por dois indivíduos.


No início, ela pensou que estava sendo vítima de assédio - pois a dupla parecia estar olhando para seu peito, onde estavam uma corrente do pai e outra dada pela mãe.


"Segurei as correntes, a gente meio que se debateu, mas eles conseguiram puxar a corrente do meu pai. Eu estava também com uma corrente que minha mãe me deu. Aí eu só lembro de ter caído no chão. Não sei se eles me empurraram, só lembro de ter caído na areia e gritado, chamado meu pai na hora".


Por conta da violência dos ladrões, a jovem ficou com alguns machucados ao redor do pescoço. Ela conta também que algumas pessoas que trabalham pela praia tentaram alcançar os assaltantes, mas não conseguiram.


Assalto ocorreu na tarde desta terça (8), na Praia do Gonzaga
Assalto ocorreu na tarde desta terça (8), na Praia do Gonzaga   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Luto

Emocionada, a veterinária explica que seu pai faleceu na última quinta-feira (3), após ter complicações da covid-19. Pai e filha eram bem próximos e a corrente estava ajudando a jovem a passar pela perda do genitor. Por isso, o objeto estava com ela em todos os momentos desde que tudo aconteceu.


"Eu nem me importo com joias, nunca me importei, mas realmente essa corrente meu pai tinha desde antes de eu nascer e no momento que ele faleceu, quando eu cheguei em casa, pensei que precisava estar com essa corrente perto de mim. Era a única coisa que estava me trazendo algum tipo de consolo, sabe?".


Apesar de saber que as chances de encontrar a corrente são pequenas, ela frisa o quanto o objeto era importante. "O sentimento que eu tive foi como se arrancassem ele de mim novamente", desabafa a jovem. Após o crime, ela foi encaminhada para o 7°D P do município para registrar a ocorrência.


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